World Tour: “Temos de ter a certeza que a organização do MIUT está preparada para 2016”
Jean-Charles Perrin é o responsável pelo desenvolvimento do World Tour, restrito circuito mundial onde o Madeira Island Ultra Trail passou este ano a pertencer, embora ainda não de forma efetiva. O dirigente francês foi a entidade máxima da modalidade que esteve na Região aquando da 7ª edição do MIUT e no final do evento falou com o AgoraMadeira sobre o futuro da prova mais internacional da Madeira.
Esta foi a primeira edição do Madeira Island Ultra Trail integrada no World Tour ainda como Future Race. Qual a impressão que ficou do evento?
Foi boa. O MIUT já foi organizado por sete vezes, por isso o staff organizativo já sabe o que fazer. A única razão porque a prova ainda não fez já parte do World Tour de forma efetiva esteve relacionada com o número de participantes na edição de 2014. Aliás, nós criamos este estatuto de Future Race especificamente para o MIUT, para ter a certeza de que estarão preparados para estar no World Tour como uma verdadeira competição. Devo lembrar que o World Tour só tem um ano de existência e que por isso os eventos que já lá estão têm todos uma enorme estrutura, o que não é o caso da Madeira. Não queríamos cometer erros para os dois lados porque a pressão podia ser demasiada e havia ainda que adaptar algumas coisas.
O estatuto atual de Future Race em 2015 poderá então ter sido benéfico para o MIUT?
O estatuto atual permitiu ao MIUT atingir o número necessário de participantes na prova principal, de 115 km, e permitiu-nos perceber o que é que eles têm de adaptar para estar preparados para o passo seguinte. Vi coisas muito bem organizadas mas também vi pormenores que têm de ser corrigidos. Mas eles estão muito perto de estar na competição do World Tour. Só temos de ter a certeza que a organização do MIUT está preparada para 2016.
Quais são os aspetos que têm de ser corrigidos?
A toda a hora temos de tentar melhorar porque os participantes comparam as provas em que participam. Devo confessar que aqui, em Machico, a organização fez um trabalho tremendo, mas no futuro vão ter de adaptar toda esta estrutura para acolher ainda mais pessoas do que agora. É preciso ter a certeza de que irão estar preparados para isso.
Quando será tomada a decisão final sobre a presença do MIUT como prova efetiva do World Tour em 2016?
Em Novembro será tomada a decisão final mas daqui até Agosto teremos de juntar todos os dados necessários, entre eles, a opinião dos participantes. Nós tivemos um representante nosso infiltrado na prova principal, entre os concorrentes, para ver in loco todas as situações. Nós falamos muito por e-mail, por Skype, mas quando for mesmo necessário eu venho cá, como já vim no passado.
A organização do MIUT vai, contudo, precisar de mais apoio financeiro para dar esse passo em frente no próximo ano…
Sem dúvida. Essa é uma parte importante, mas quero realçar que todos os organizadores estão fortemente ligados ao local do evento. É importante que seja percebida, da parte de todas as entidades, a importância deste evento no aspeto promocional, quer da modalidade, quer acima de tudo, da própria ilha da Madeira. É também importante que os políticos percebam a importância de a prova continuar a ser organizada por quem mais percebe do terreno, de todo o percurso. Se assim não for, não é preciso muito para que algo corra mal!