Retalhos de uma final
João Luís Lomelino / Ex-diretor para o futebol do Marítimo
Em vésperas de uma Final “Marítimo – Benfica” para a Taça da Liga, vou recordar alguns episódios que vivi na Final da Taça de Portugal, “Marítimo–Porto” em 2001 na qual fui Delegado ao jogo.
Participar numa Final desta importância para um Clube de uma Ilha é sempre uma grande proeza, principalmente quando lutamos com equipas com o estatuto do Benfica, Porto ou Sporting.
Nesse ano, chegamos à Final depois de eliminarmos nas “meias” o forte Boavista na sua casa. O Marítimo já tinha estado em duas Finais, em 1926 quando nos sagrámos Campeões de Portugal ganhando o Belenenses e em 1995 quando perdemos com o Sporting.
Em 2001 partíamos para a terceira Final, o que deixava a Madeira cheia de orgulho, com a nossa dimensão e com o nosso enquadramento geográfico era definitivamente um grande feito para o nosso Clube.
A deslocação para o continente para essa Final revestiu-se de um entusiasmo enorme junto dos adeptos, a nossa estadia foi acompanhada, passo a passo, pela Comunicação Social com um episódio curioso, numa das refeições apareceu Luís Filipe Vieira para se juntar à nossa comitiva, na altura Presidente do Alverca e já amigo de Carlos Pereira, o que aplicando um aforismo popular permite-me dizer “as voltas que a vida dá …”
No dia anterior ao jogo, realizou-se um “beberete” no Restaurante Madeirense apadrinhado pelo proprietário, Manuel Fernandes, com a presença do Presidente do Governo Regional, várias Entidades oficiais e repleto de “ maritimistas” que tornaram o evento um sucesso.
Em relação ao dia do jogo, lembro-me de me deslocar de manhã à reunião com a Liga que se realizou também no Jamor e encontrar um verdadeiro arraial madeirense nos arredores do campo e depois, a nossa chegada ao Estádio, com o autocarro rodeado duma multidão de madeirenses a cantar o Hino do Marítimo, o que foi verdadeiramente emocionante.
No que tange ao jogo em si, é de referir que começou com o Marítimo a marcar um golo “ limpo” através do Quim, um avançado muito alto que saltou mais que o Jorge Costa, (que no intervalo confessou ao meu lado e do Prof. Nelo Vingada que não tinha sido falta), mas o Árbitro depois de hesitar anulou, nada que não fosse previsto, os pequenos pagam sempre….
Enfim perdemos 2-0 com golos de Alenichev e Pena (que viria a ser mais tarde nosso jogador) mas, a festa continuou no estádio, no aeroporto e no Funchal, julgo que foram a Lisboa nessa altura, cerca de cinco mil pessoas.
Dessa final tenho a melhor recordação que é a “medalha de presença da Federação”, que guardo religiosamente com muita nostalgia.
Finalizo lançando um repto a todos os Maritimistas para irmos a Coimbra na nossa quarta final, fazer história e apoiar os nossos Jogadores ” Lá vem, lá vem Os nossos maravilhas Os endiabrados Campeões das ilhas (…)”