O Madeira Island Ultra Trail (MIUT) terá este ano um único trajeto. “Esta é a primeira vez que temos um percurso que é comum às quatro provas, apesar de os locais de partida serem diferentes. Desta forma, o trabalho da organização está facilitado. Assim, não há enganos e basta ao atleta seguir a sinalização”, explica o diretor de prova do MIUT ao AgoraMadeira.

Nuno Gonçalves destaca o facto de haver um percurso único este ano e lembra o elevado grau de dificuldade da prova principal, que não está ao alcance de muitos.

“O percurso maior, com 115 km, tem um desnível de 6848. Como começa e acaba ao nível do mar, o desnível positivo é igual ao negativo mas se juntarmos os dois, dá um desnível total quase na ordem dos 14 mil metros, o que é significativo”, realça o diretor de prova.

“O MIUT, no geral, tem um grau de dificuldade médio/alto. O tipo de terreno, a alternância dos pisos, a orografia da Madeira, as subidas e descidas contínuas e alternadas são factores que justificam esse grau, sendo que a prova principal tem um grau elevado. É considerada um Trail Ultra Extra Longo, com um nível muito elevado e que requer dos participantes comprovada experiência e excelente condição física e mental. Aliás, a partir de uma certa altura, tudo é mais mental do que físico”, lembra.

A prova de 85 km é considerada um Trail Ultra Longo, com um nível dois de dificuldade, e requer uma excelente condição física. Os outros dois percursos já são mais acessíveis a pessoas que até podem não ter grande forma física.

4 MIL FITAS SINALIZADORAS E 140 PLACAS DE MUDANÇA DE DIREÇÃO

Para marcar o percurso serão utilizadas cerca de 4 mil fitas sinalizadoras e 140 placas de mudança de direção.

“Levamos três dias a marcar a prova, os dias que antecedem o evento”, esclarece Sérgio Perdigão, da organização do MIUT, lembrando que a equipa que irá fazer esta marcação é composta por uma dúzia de elementos.

TODA A PROVA, DO INÍCIO AO FIM

A prova principal arranca à meia-noite do dia 11 de Abril, no Porto Moniz. O diretor de prova do MIUT falou em pormenor sobre o trajeto.

“Logo a abrir temos uma subida para a zona dos Lamaceiros, depois é feita uma descida espetacular para a ponte da Ribeira da Janela, zona onde são esperadas centenas de espetadores. É uma zona que nós elegemos como sendo uma zona-espetáculo por toda a envolvência daquele área”, explica Nuno Gonçalves, lembrando que se segue uma subida bastante acentuada até à zona do Fanal onde os participantes terão o primeiro posto de abastecimento de sólidos e líquidos.

“Logo de seguida será feita uma descida bastante técnica em direção ao Chão da Ribeira, que vai exigir uma grande atenção e cuidado de todos porque é uma descida escorregadia e feita durante a noite. É um troço que irá pôr os sentidos dos atletas bem alerta”, acentua.

Depois do Chão da Ribeira segue-se uma nova subida “muito longa” até aos Estanquinhos, zona que será palco da partida da segunda prova, a UT85, logo às 7 horas da manhã.

Segue-se a descida longa para o Rosário e nova subida para a zona da Encumeada “numa altura em que o dia já será uma realidade para a maior parte dos atletas.”

Depois de um novo abastecimento, agora no hotel da Encumeada, segue-se nova descida e nova subida para o Caminho Real da Encumeada com o objetivo de rumar ao Curral das Freiras. “A descida para a Fajã Escura é também uma zona muito técnica a exigir um esforço redobrado da parte dos atletas”, avisa.

No Curral das Freitas há um novo posto de abastecimento e de controlo e uma nova subida para o Pico Ruivo – “aqui entramos no maçiço central montanhoso numa passagem sempre espetacular também pelo Pico do Areeiro, zona que é um marco importante já que a maior parte do desnível positivo já está feito.”

“AQUI NÃO SE APLICA O PROVÉRBIO: A DESCER TODOS OS SANTOS AJUDAM!”

A explicação continua com a segunda parte do MIUT: “A partir do Pico do Areeiro começa também a terceira prova, a UT40, a partir das 10 da manhã. No geral, a partir daqui, o MIUT entra na sua fase mais descendente, o que não quer dizer que seja a melhor. Aqui não se aplica o provérbio a descer todos os santos ajudam. Antes pelo contrário. A maior parte dos atletas já começa a reduzir o ritmo aqui. Apesar de ser a descer, eles já não conseguem correr porque os grupos musculares já estão bastante mal tratados”, admite.

Com as vistas a continuarem soberbas é então feita a descida para o Ribeiro Frio, uma pequena subida para o Poiso e a partir daqui é mesmo sempre a descer: Funduras, Portela (que também é a zona de partida da UT17, que arranca ao meio-dia.) “A descida das Funduras é uma das mais complicadas porque os atletas já estão muito cansados”, reconhece, continuando: “Aqui há a alteração mais significativa no percurso deste ano. Optamos por levar os atletas para a levada do Caniçal em vez de atravessarem o Pico Castanho, com o objetivo de suavizar a parte final que antes estava mais dura”, admite. Há ainda outra pequena alteração na zona da Encumeada.

“A prova arranca no sábado mas nem todos chegam nesse dia. Os participantes das provas maiores, a UT85 e a UT115, podem, eventualmente, chegar no domingo. Aliás, o tempo limite de 32 horas permite aos concorrentes chegarem até às oito horas de domingo”, conclui.

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