Desporto e dinheiro
Pedro Mota / Vice-presidente do Nacional
Nos últimos dias temos lido grandes críticas aos subsídios concedidos ao Desporto (mesmo após este ultimo corte de 10%).
Subsídios esses que são transparentes, ao contrário do que sucede no resto do País onde as autarquias e o próprio Governo da República subsidiam clubes maiores ou mais pequenos de todo o jeito e maneira.
Não deixa de ser interessante verificar que as críticas subiram de tom quando o União subiu de divisão e não tem estádio para jogar na próxima época (e também porque há nesta terra quem ache que faz sentido alguém receber dinheiro público para construir lojas e armazéns em terreno público e com isso fazer concorrência a privados) e aumentaram ainda mais quando o Eng. Rui Alves foi eleito Presidente do Nacional.
Principalmente porque foi este último que sinalizou o logro demagógico que tem sido “vendido” ao longo dos últimos anos a toda a população. É este:
Se acabam os subsídios ao Futebol Profissional, acabam os problemas na Madeira. É assim mesmo, como aqueles discursos de Miss Mundo que desejam o fim da guerra e da fome: Acaba o dinheiro para o Futebol Profissional, acaba a fome e o desemprego na Madeira. Pouco interessa que dezenas de famílias vivam do Desporto (incluindo do Futebol Profissional!).
Quase nada releva o retorno que tem o Desporto (incluindo o Profissional) para a própria Região, retorno esse que é económico (estando aí incluída a enorme promoção que é feita da Região) e financeiro (com arrecadação de impostos).
Isso é Zero!
Ainda esta semana um articulista defendia que o valor do Desporto devia ser distribuído pelos desempregados! Força aí! Essa é a solução? Penso que isso poderia aumentar o desemprego, mas é só a minha opinião.
Só para finalizar, um pequeno apontamento: nos Açores (penso que muitos dos “iluminados” defendem com unhas e dentes o regime desportivo desse arquipélago) o Governo Regional entrega ao Santa Clara 2 milhões de euros e nada tem de retorno.
Ora, o Governo Regional da Madeira prevê investir cerca de 4 milhões nas 3 equipas de Futebol Profissional e receberá mais que isso em impostos. Só em impostos! Sem sequer fazer contas à promoção desta Região feita pelas 3 equipas na principal Liga de Futebol.