Authors Posts by .

.

23111 POSTS 2 Comentários

0

Francisco Fernandes / Ex-secretário regional da Educação e da Cultura

O direito à leitura só será plenamente atingido com a popularização do livro inclusivo e com a assunção dos formatos alternativos como parte integrante de edição literária”.

O livro destinado a um público infantil e infanto-juvenil desempenha um papel essencial para a prossecução da educação plena, designadamente através das bibliotecas escolares, ocorrendo aí a sementeira para a leitura e para a escrita criativa e, à volta daquelas, as feiras, a cultura, a interdisciplinaridade, o cruzamento com as expressões artísticas e a animação sociocultural, catapultando os resultados escolares para a zona positiva, reconhecendo ao conto um espaço de privilégio no percurso escolar. Os estabelecimentos de educação e os agentes educativos preenchem a zona outrora ocupada pela família, onde o embalo das crianças era feito da memória dos avós e dos pais, memória feita conto, lenda, canção, lengalenga, adivinha, transportando tradições, incutindo valores e criando imaginários, valorização que cresceu com a popularização do objecto livro, ou com o conto feito BD, filme ou vídeo, numa relação estreita com valias que hoje pretendemos transmitir à geração que, enquanto pais ou educadores, estamos encarregues de ajudar a educar.

Porém, os públicos são diversos e a acessibilidade tem de percorrer caminhos alternativos, hoje facilitados pela tecnologia na produção de conteúdos em formatos acessíveis, com produção ou adaptação de versões e formatos facilitadores da leitura junto da população com necessidades especiais, seja pela interpretação em Língua Gestual Portuguesa (LGP), pela transcrição Braille, relevos ou ampliação, pela legendagem com Símbolos Pictográficos para a Comunicação (SPC), livro que, sendo escrito ou em forma multimédia, inclui os leitores com deficiência auditiva, visual, ou motora, com dificuldades intelectuais, desenvolvimentais ou de aprendizagem.

O concurso literário inspirado no projeto “Todos Podem Ler” (DREER/DATIC, 2011) e na experiência do livro inclusivo “Ogima – O viajante do espaço no Planeta dos BMQ” (Cercica, 2012), lançado em 2013 com a designação “Concurso Literário Ogima – Todos Podem Ler” representou, quiçá, a primeira e mais inovadora experiência nacional estimuladora da edição de livros inclusivos.

O direito à leitura só será plenamente atingido com a popularização do livro inclusivo e com a assunção dos formatos alternativos como parte integrante de edição literária.

P.S. – Ao Sérgio e à Patrícia uma boa viagem na aventura que ora iniciam.

0
PS-Madeira, liderado por Victor Freitas, aprova coligação.

Victor Freitas acredita que é possível alcançar, com uma coligação de ‘Mudança’, a maioria absoluta. Em entrevista ao AgoraMadeira, o líder do PS/M diz ter soluções para a dívida da Madeira e revela já ter um plano traçado com António Costa.

Como viu este Congresso do PSD-Madeira?
Quero destacar três notas: a primeira é que ninguém chega a presidente do Governo Regional copiando as propostas e as ideias dos outros partidos, em vez de ter ideias e propostas suas capazes de resolver os problemas; a segunda nota é que vi um PSD-Madeira agora colado ao PSD de Passos Coelho, o que me deixa preocupado porque o PSD de Passos Coelho é responsável pelos últimos quatro anos de desastre na governação do País, mas também por quatro anos de sufoco à Região Autónoma da Madeira. É preciso não esquecer que tivemos um plano de ajustamento (negociado entre o PSD/M, o PSD e o CDS/PP de Lisboa) que não foi nada suave com a Madeira. Fomos tratados pior do que a Troika tratou Portugal.
Por fim, uma terceira nota está relacionada com esta dita renovação que não será mais do que a renovação da governação de Alberto João Jardim e dos últimos 10 anos. Foram erros atrás de erros e que, do ponto de vista económico e financeiro, colocaram a Madeira na atual situação de falência completa.

O que destacaria deste congresso do PSD/M?
Assisti a uma tentativa de passar as culpas. O PSD de hoje quer fazer de conta que não foi responsável por estes 40 anos de governação. Este é o PSD da bancarrota aquele que vai a eleições no próximo mês de Março.

Mesmo antes do congresso, alguns comentadores políticos têm vindo a dar praticamente como certo o nome de Miguel Albuquerque como próximo presidente do Governo Regional. Como reage a isso?
Em 2013, quando fomos para as eleições autárquicas, toda a imprensa – regional e nacional – e diversos comentadores davam o PSD como vitorioso, mas o que é certo é que o PSD levou uma grande sova, pois perdeu sete câmaras municipais que passaram para as mãos da oposição. E claramente que o Partido Socialista foi o grande vencedor dessas eleições.
Devo dizer que muitos comentadores querem transformar a realidade da Madeira e pretendem se substituir ao eleitorado. Não há candidatos antecipadamente vencedores! Está tudo em aberto e estou convencido que vamos fazer a mudança que fizemos nas autárquicas, agora nas regionais.

“Estou convencido que vamos fazer
a mudança
que fizemos nas autárquicas,
agora nas regionais”

Com que estratégia é que o PS/M espera fazer essa mudança?
Está a haver diálogo com outras forças políticas e a breve trecho teremos uma coligação para irmos para eleições. Estou convencido de que os cidadãos querem uma mudança e não a continuidade. Esta é uma falsa renovação de políticas e de protagonistas porque não há mudança de ciclo político sem uma mudança de partidos à frente dos destinos da Região.

O PS Madeira vai coligar-se com que partidos?
A seu tempo será anunciado publicamente. Não vou antecipar os partidos que estarão nessa coligação, mas o que é certo é que essa coligação vai mesmo acontecer.

Fala-se em negociações com o PCP, a título de exemplo. Os comunistas já lhe comunicaram a sua resposta?
Já lhe disse que não irei falar de partidos porque essas questões discutem-se internamente.

O PS/M tem quadros preparados para avançar e responder aos novos quadros que o PSD/M vai apresentar?
Não estou preocupado com o PSD, mas sim com os madeirenses e com os portosantenses. Como sabem, serei candidato a presidente do Governo e entendo que acabou o tempo de sentar à mesa, quatro, cinco ou seis cavalheiros que querem ser presidentes do Governo, cada um, querendo um novo hospital ou isto ou aquilo…
Nesta campanha eu quero saber como! Quem apresentar um programa tem de dizer onde vai buscar o dinheiro porque não vale a pena andarmos aqui com ilusões, a prometer tudo a todos e depois não ter sustentabilidade nessas promessas.

Como olha para a dívida da Região?
O PSD que afundou a Região deixa-nos uma dívida colossal. Em 2013 pagamos 300 milhões de serviço da dívida, em 2014, quando saíram os dados em Julho, já íamos em 295 milhões. A partir de 2016, se continuarmos na mesma lógica, teremos dívida para pagar por ano cerca de 400 milhões de euros, mas sabe que 300 milhões dava para o novo hospital.

“Estou em diálogo com António Costa
(não tenho dúvidas que a partir do próximo mês de Outubro será o primeiro-ministro
de Portugal)”

Face a isso, se for presidente do Governo Regional, como espera resolver esse problema?
Só se resolve a dívida com uma negociação com os nossos credores e com o apoio do Estado. Estou em diálogo com António Costa (não tenho dúvidas que a partir do próximo mês de Outubro será o primeiro-ministro de Portugal) com o objetivo de traçarmos um plano para resolvermos este problema. Para que o serviço da dívida da Madeira não ultrapasse muito mais dos 100 milhões de forma a que exista dinheiro para a economia, para as empresas e para o investimento.
No ano passado, tivemos receitas próprias de 840 milhões de euros, tivemos mais 170 milhões do Orçamento do Estado e o resto do dinheiro provém dos fundos comunitários mas temos de entrar com recursos financeiros.  É preciso referir que ainda não estamos a sentir o impacto do serviço da dívida porque estava a entrar dinheiro do Plano de Ajustamento Económico Financeiro mas a partir do dia 27 de Janeiro 2016 não entra mais dinheiro do PAEF!

Que outros temas fazem parte das prioridades para o Partido Socialista?
Antes das eleições, e depois de falar com o meu camarada António Costa, irei apresentar o meu plano em relação a várias questões que estão em cima da mesa: a questão da dívida da Madeira, o Centro Internacional de Negócios, os transportes aéreos e marítimos, a Educação e a Saúde. Mas o que se irá debater no futuro, nos próximos três meses é o seguinte: quem está em condições de fazer a mudança na Madeira e de resolver os problemas dos madeirenses?
Estamos a viver com um elefante dentro da ilha – a dívida. O bicho andou dentro do congresso do PSD/M e ninguém lhe tocou! Nos últimos quatro ano,  o PSD meteu um elefante dentro da sala, leia-se a Madeira, e engordou-o… Cada vez que o elefante mexe um pé vão milhares para o desemprego, cada vez que abana uma orelhinha vão milhares para as terras de emigração e muita da classe média para situações de pobreza, com pessoas a entregar casas ao banco e empresas a falirem.
O elefante já não cabe na porta e o PSD até já tentou cortar às postas, mas não tem serra para isso porque o problema da dívida está todo por resolver e com tendência a se agravar. Se o serviço da dívida era de 300 milhões e agora vai passar a ser de 400 milhões, é necessário arranjar uma solução!

A solução nunca passará, a seu ver,  pela continuidade do mesmo partido na governação?
O PSD e o CDS têm dito à Madeira que quem fez dívida é que a vai pagar e que os madeirenses não terão solidariedade nenhuma do Estado em relação à dívida da Madeira e nós não a tivemos realmente. Enquanto estes dois partidos lá estiverem, e enquanto o PSD cá estiver, essa solidariedade não vai existir. Só haverá solidariedade ao nível nacional se existir um Governo que não seja responsável por ter feito a dívida e a ocultado. Se nem um governo PSD e CDS ao nível nacional confiou no Governo Regional, um Governo de esquerda ao nível nacional também não vai confiar no mesmo partido que fez a dívida e ocultou as contas para nos ajudar. Quem o disse não fui eu mas sim Passos Coelho e Paulo Portas que ao longo dos últimos três anos demonstraram essa realidade.

O PS/M, em coligação, é então a única solução para o futuro dos madeirenses?
O Partido Socialista com uma coligação é a única solução que os madeirenses têm para que os próximos quatro anos não sejam piores do que os últimos. Porque o PSD não tem aliados em sítio nenhum e assim sendo, como o serviço da dívida aumenta, diminuem as receitas que o Governo Regional tem para resolver os problemas dos madeirenses. Não acredito que nenhum madeirense queira agravar a sua situação económico-social…

” Farei tudo para ter uma maioria absoluta (…) Acredito que é possível alcançar
a maioria absoluta”

E se o  PS/M perder as eleições regionais, ainda que coligado, vai manter-se como presidente do partido?
Não vou antecipar cenários em relação ao que se vai passar nos próximos tempos. A única coisa que posso dizer, neste momento, é que estou empenhado em fazer, pela segunda vez, uma mudança na Madeira e estou convencido que é isso que os madeirenses desejam. O PSD-M sente-se embalado pela festa que fez este fim de semana mas essa festa é um contraste completo em relação ao que se passa na casa das famílias. O que os madeirenses querem é emprego. Para isso, é preciso resolver o problema da dívida para ter uma carga fiscal menos elevada e poder utilizar os fundos comunitários para fazer investimento.

Esta é a sua resposta a Miguel Albuquerque que por mais que uma vez disse esperar uma maioria absoluta?
Vejo muita gente entrar para eleições com perspetivas eleitorais irrealistas… O que posso dizer é que farei tudo para ter uma maioria absoluta de forma a governar a Região. Acredito que é possível alcançar a maioria absoluta… não acredito que os madeirenses e portosantenses, depois de verem tudo o que se passou nos últimos anos, queiram mais quatro anos piores do que os últimos.  E até ao momento ainda não vi nenhuma medida para resolver os problemas das pessoas por parte do PSD.
Prometer não chega porque isso é enganar os cidadãos. Também posso prometer um novo hospital e prometer que vou trazer o ARMAS (promessa que irei cumprir) mas é preciso dizer como porque senão é folclore político.

0

Não foi propriamente uma surpresa, já que de todas as Bolas de Ouro ganhas por Cristiano Ronaldo esta era aquela mais previsível tendo em conta a época do outro Mundo do madeirense no Real Madrid. Na mesma, a Madeira, mesmo sem grandes exuberâncias nos festejos, celebrou mais esta conquista do melhor jogador do planeta.

Edgar Sousa não tinha dúvidas: “É uma grande justiça esta vitória. Qualquer outro resultado seria tremendamente injusto por tudo o que o Ronaldo fez em 2014”, analisava, deixando votos que CR7 consiga mais uma Bola de Ouro em 2015: “Pela ambição que ele tem, de querer sempre mais, e pelas qualidades que apresenta, acredito em mais um sucesso no novo ano”, confiou.

Em pleno Funchal, bem no centro da capital madeirense, Bruno Vieira tinha acabado de assistir à cerimónia pela televisão e não continha o entusiasmo.

“Justa, justíssima esta Bola de Ouro, a terceira do nosso Ronaldo. O melhor jogador do Mundo da atualidade e um dos melhores de todos os tempos. Fico feliz por mais esta vitória para Portugal e para a Madeira. Viva a Madeira!”, exaltava. Maria Fernandes partilhava a mesma opinião. “Grande Ronaldo, grande Ronaldo. Não há dúvidas que é o melhor do Mundo. É um orgulho mais esta Bola de Ouro para todos os portugueses e madeirenses!”

KÁTIA AVEIRO DEIXA MENSAGEM SENTIDA NO FACEBOOK

Uma das irmãs de Cristiano Ronaldo, Kátia Aveiro, deixou uma mensagem emocionada na página pessoal no Facebook.

“Hoje vou perder um pouco da minha simplicidade e não vou ser nada modesta nas minhas palavras porque a verdade é que tu és sangue do meu sangue! Ninguém te deu nada de mão beijada! Tu chegaste onde chegaste com trabalho, sem favores e sem padrinhos no futebol”, começou por realçar a irmã de CR7 continuando: “Se alguém tem mérito por tudo o que tem, tu és seguramente um deles. Todos os dias enfrentaste obstáculos, invejas de pessoas que queriam as tuas derrotas e tu calaste a boca a esses fracos de espírito porque tu és um guerreiro, um lutador e Deus nunca abandona quem merece!”, concluiu.

0

João Luís Lomelino / Ex-diretor para o futebol do Marítimo

Foi-me lançado um desafio de escrever um artigo sobre o Marítimo, o que representa para mim um tema de grande responsabilidade aliado a uma elevada carga emocional. Não vou reeditar a história do Marítimo que já foi objeto de diversas publicações, mas dentro do possível, vou tentar relatar alguns factos interessantes ao longo do seu crescimento.

Assim, o Marítimo surgiu no limiar da passagem da monarquia para a república, em Setembro de 1910. No nascimento deste clube, destaca-se um pormenor curioso que está relacionado com a opção das cores (verde e vermelho), para os respetivos equipamentos, que de algum modo, indiciavam uma ligação à nova República que iria surgir em Outubro 1910 e naturalmente, com as cores da nova bandeira portuguesa. Coincidência ou não, a verdade é que mais nenhum clube em Portugal foi autorizado a usá-las.

Este grande clube nasceu e cresceu no famoso Almirante Reis, que tinha uma vasta área que era utilizada, tanto pelos homens do mar para efetuar reparações nos seus barcos de pesca como também para jogar futebol.

Aliás, foi naquele campo improvisado, que se realizaram as grandes disputas, inicialmente pelo Club Sports Madeira nascido em 1909 e seguidamente pelo Marítimo contra equipas normalmente constituídas por marinheiros de navios que aportavam no Funchal.

O Clube foi se consolidando à medida que outras equipas regionais iam surgindo, algumas formadas por dissidência do próprio Marítimo (ex: caso do União).

Na equipa de 1917, há um pormenor interessante que consiste no facto de integrar um jogador suíço chamado Albin Yud, que segundo consta, foi o primeiro estrangeiro a jogar no Marítimo, e curiosamente vim a conhecê-lo pessoalmente nos anos sessenta, através das tertúlias de ténis que eu acompanhava o meu pai, sendo que Albin Yud desempenhava na altura funções de Cônsul Suíço na Madeira.

Devido à audácia e competência dos seus dirigentes, na década de 20, este Clube começou a afirmar-se não só na Madeira como no Continente nas participações do Campeonato de Portugal, culminando com a conquista do respetivo campeonato, em 1926. Curiosamente, todos os jogos foram realizados em Lisboa, onde eliminámos o Porto e na final ganhámos o Belenenses, feito nunca alcançado por nenhum clube madeirense ou mesmo das demais ilhas Portuguesas.

Com esta vitória, o Marítimo começou a ser olhado doutra maneira e os seus jogadores passaram a ser referenciados e chamados à Selecção Nacional, como foi o caso do Pinga que “surgiu” em 1927 e seguidamente foi transferido para o Porto num processo com contornos aparentemente complexos, onde se tornou o melhor jogador português e capitão da Selecção.

Os anos 40 e 50 foram de glória para o Marítimo, pela mão de um homem que se confundiu com o Clube, Alexandre Rodrigues, tendo reunido um grupo de jogadores vindos da formação e passando por todos os escalões: tornaram-se deste modo, verdadeiras lendas, como é o caso da linha de ataque, que todos os madeirenses sabiam os nomes de cor, Chino, Checa e Raul . Os clubes continentais que vinham à Madeira, sentiam aquela força e muitos regressaram com grandes goleadas . Esse período teve o seu auge, em 1950 aquando da digressão a África, que durante o período de 70 dias o Marítimo realizou 13 jogos, dos quais ganhou 12. O Funchal parou completamente à chegada da caravana e a população acompanhou os jogadores em euforia e ao som do célebre hino (Lá vem, lá vem , os nossos maravilhas…….) até à sede, tendo-se realizado de seguida uma missa na Igreja do Socorro.

Nesta altura, o Marítimo confundia-se com a Madeira e vice-versa, e temos todos estes relatos escritos pela mão desse grande Senhor e maritimista Adelino Rodrigues que tive o privilégio de conhecer pessoalmente quando ingressei nos juvenis

O ano 1960 é especial para mim, pois foi nessa data que me tornei pela mão do meu pai, sócio, o que me possibilitou ter a grande honra e satisfação de receber o emblema de ouro (50 anos) nos 100 anos do Marítimo.

Curiosamente, nesta altura, o Clube não estava a ter grandes resultados e permitiu que o União fosse campeão da Madeira vários anos, por isso digo, não fui para o Marítimo porque ganhava mas por paixão.

Passado este período menos favorável, o Clube novamente através da sua formação criou um grupo de jogadores muito bons (ex: Petita, Ângelo, Noémio, Isaque, Vasco, Emanuel…), com os quais tive o privilégio de ainda treinar quando estava nos Juniores, no “velhinho” Liceu. Desta fase realço a eliminação do Leixões (1ª Divisão) em 1968 com uma equipa que tinha uma defesa de aço Grisalena  GR. as (Torres do Almirante Reis), Eugénio, Emanuel e Lomelino apoiados por Andrade e António João.

Estes feitos permitiram ao Clube uma viagem mais audaz e na presidência do Dr. Vieira da Luz começou a ser efetuada uma colecta aos sócios e empresas, para aquisição dos terrenos que permitiram a construção do campo de Santo António e seguidamente tentar uma verdadeira epopeia que era participar nos Nacionais, o que contou com o empenho de grandes figuras como, Jaime Melim, Vilhena de Andrade, Emílio Baptista Santos, Clemente Faria e outros e ainda com a grande colaboração desse simpático homem do futebol, Artur Agostinho, junto do poder em Lisboa.

Com a primeira participação em 1973, o Marítimo nunca mais foi o mesmo, cresceu em quantidade e em qualidade e, em 1978 sob a presidência do Dr.º Miguel Mendonça, atingiu o cume com a subida à 1ª Divisão, numa tarde gloriosa do “Caldeirão dos Barreiros” como chamaria o jornalista Luis Calisto e relatado por Juvenal Xavier, com uma assistência, segundo consta, de cerca 20.000 pessoas, numa festa que dificilmente se repetirá.

A 1ª Divisão trouxe uma responsabilidade acrescida ao Clube. Iniciou-se a contratação de jogadores do Continente e as estruturas tiveram que ser repensadas. Em 1983, a convite de um jovem empresário António Henriques, ingressei na Direcção do Maritimo e a partir daí continuei a integrar várias Direcções, sempre no departamento de futebol, onde tive como colegas mais assíduos, Carlos Pereira e Jacinto Vasconcelos.

O parque desportivo foi crescendo e a equipa de futebol também e foi na presidência do Dr.º Rui Fontes que se atingiram dois enormes feitos, com o treinador Paulo Autuori, as primeiras idas à Europa e à final da Taça de Portugal, foram tempos muito bons mas que implicaram um elevado e talvez excessivo esforço financeiro.

Em 1997, com o Clube numa situação muito grave a nível de tesouraria, Carlos Pereira candidata-se e com o apoio de dois grandes empresários Jorge de Sá e Luis Miguel Sousa, torna-se Presidente, convidando-me para voltar ao futebol.

É nesta presidência que o Clube dá um salto qualitativo nas suas infraestruturas com mais um campo sintético, um pavilhão integrado num edifício, com um colégio (o primeiro clube a tê-lo em Portugal), ginásios e todos os departamentos do clube .

Carlos Pereira com a sua competência e teimosia, ajudado pela sua Direcção, não pararam por aqui e lançaram-se num novo desafio: a construção dum novo estádio, projecto que tantos dissabores tem trazido ao Presidente mas julgo também, que trará muitas alegrias a todos os maritimistas.

O novo estádio, depois de muitas batalhas, começa a ganhar corpo e no último jogo com o Braga encheu-se (só na parte terminada) e já deu uma indicação do que vai ser no futuro

Esta presidência não foi só de obras, também teve muito futebol. Primeiro foi constituída a SAD para o futebol e em termos de resultados alcançámos a oportunidade de ir a uma segunda ida à final da Taça de Portugal e a várias presenças europeias com uma excelente ida à fase de “grupos” pela primeira vez, consolidando o estatuto europeu.

Sabemos que o futuro aguarda orçamentos muito mais austeros mas ainda tenho esperança na concretização da máxima (uma equipa/um estádio).

Deixei, por minha vontade, a Direcção em 2013 mas com a promessa de colaborar ativamente sempre que assim for necessário.

Finalizo chamando a atenção que este artigo abrange apenas pequenos fragmentos da história do Glorioso, que demonstram a grandeza deste Clube tão amado pelos Madeirenses. E apesar de ser um “clichê”, é uma grande verdade: pode se mudar tudo na vida, menos de clube e o meu é o Marítimo até ao fim.

João Luís Lomelino de Freitas, sócio nº 337

0

Portugal é um dos países europeus com as taxas de sinistralidade rodoviárias mais elevadas da Europa e a Madeira, embora com uma dimensão numérica naturalmente inferior, não foge à regra nacional.

Mas o ano de 2014 trouxe uma tendência diferente. Em declarações ao AgoraMadeira, o Subintendente do Comando Regional da PSP/Madeira, Adelino Pimenta, revela dados novos sobre o tema.

“O ano transato foi aquele que revelou melhores resultados em mais de 30 anos, mas apesar disso não devemos esquecer a quantidade de veículos novos que entram anualmente no espaço regional e a quantidade de novos títulos de condução que em cada ano habilitam novos condutores e que vão avolumar o trânsito rodoviário”, sublinhou, assumindo que não existem estatísticas exatas sobre o número de veículos que atualmente circulam na Região, estimando-se que esse número varie entre os 100 e os 200 mil.

“Numa análise atenta aos dados podemos constatar que nestes últimos anos o número de acidentes veio a diminuir na Região Autónoma da Madeira e isso poderá ser explicado por vários factores, entre os quais, e de grande importância, uma maior sensibilização para esta problemática por parte dos condutores”, realçou o Subintendente Adelino Pimenta.

11 mortos em 2014

Mesmo com os dados a melhorarem comparativamente a outros anos, certo é que nas estradas da Madeira, e segundo os dados disponibilizados, morreram 11 pessoas durante o ano passado. O mês mais negro foi o último mês, o de Dezembro, com a morte de três pessoas, seguindo-se o mês de Março e o de Setembro, com dois mortos cada.

Comparativamente a 2013, houve uma redução de cinco mortos já que nesse ano tinham falecido nas estradas regionais 16 pessoas, cinco das quais em Janeiro desse ano. Para além do número de mortos ter baixado, o número de feridos graves (aqueles que ficam internados pelo menos um dia nos hospitais), também reduziu, tendo havido menos sete feridos com gravidade. Assim, em 2013 houve 74 e em 2014 houve 67.

No ano passado, o número de veículos intervenientes em acidentes nas estradas da Madeira foi de 3757, o que representa uma taxa próxima dos 4% do global dos carros na Região.

0

O AgoraMadeira lançou a pergunta para o Mundo da emigração portuguesa -“Cristiano Ronaldo merece ganhar a terceira Bola de Ouro?” As respostas não se fizeram esperar.

Na Venezuela, Ferdinando Acácio não tinha dúvidas: “Ele é o melhor de todos os tempos. É um craque e não há outro como ele. Amanhã, a Madeira estará em festa com a terceira Bola de Ouro!”, garantia.

De Toronto, no Canadá, Manuel Catarino Pereira reforçava a confiança na vitória do astro madeirense. “Fez uma época extraordinária, melhor do que a dos seus concorrentes, por isso merece!” Já Nuno Patrício, emigrante residente no Brasil, diz que Cristiano Ronaldo compensou, e muito, na Liga Espanhola aquilo que não conseguiu fazer na seleção: “Fez um mau Mundial por conta da lesão e pela fraca prestação da seleção portuguesa mas no Real Madrid foi uma máquina! Claro que merece a Bola de Ouro!”, exaltava.

De Inglaterra chegou também a garantia de que CR7 foi, e é, o melhor, por isso deve vencer. «Ele é o melhor! Se não ganhar é porque foi roubado!”, disse Delmira de Sousa, corroborada por Maria Jesus, também residente no Reino Unido: “Merece ganhar porque é o melhor!”, realçou.Também de Inglaterra, José Manuel compara Ronaldo aos outros grandes Reis do futebol. “Primeiro foi o Pelé, depois foi o Eusébio e agora é o Ronaldo!”

Mais expansiva, Teresa Romão, residente na Alemanha, sublinhava: “Ele merece e vai ganhar porque dos candidatos nomeados é o jogador mais completo e aquele que em 2014 mais sucesso teve a nível individual: teve mais golos marcados e foi o melhor jogador da Liga Espanhola”, lembrou, realçando a importância da Bola de Ouro para a Região. “Uma vez mais, o Cristiano vai levar bem alto o nome da Madeira.”

Deixando a terra de sua majestade, em Oslo, na Noruega, Elsio Fernandes questionava: “E ainda restam dúvidas?”

A Cerimónia de entrega da Bola de Ouro 2014 realiza-se esta segunda-feira em Zurique, na Suiça, a partir das 15.30 horas. Para além de Cristiano Ronaldo, estão nomeados o guarda-redes Manuel Neuer e ainda Lionel Messi.

0

A Venezuela e o Irão vão tentar uma ação conjunta, junto da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), para tentar “estabilizar” os preços internacionais do petróleo, avançou, ontem, a imprensa venezuelana.

As acções estão previstas num acordo materializado, durante um encontro entre o Presidente iraniano, Hasan Rohani, e o seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, no âmbito de um périplo do governante sul-americano por vários países membros da OPEP.

0

“O Madeira SAD está a trabalhar com um quarto do orçamento previsto para a época do clube. São cerca de 100 mil euros e não 350 mil porque o clube está a regularizar dívidas dos últimos três anos.” Quem o assume é o atual treinador da equipa masculina da SAD, Paulo Fidalgo, em declarações ao AgoraMadeira, sublinhando, contudo, o bom campeonato realizado até agora mesmo com a difícil conjuntura financeira.

Com 15 jogos realizados, a equipa madeirense é sétima classificada com os mesmos pontos do 5º, o Águas Santas, e do que o 6º, o Passos Manuel. “O balanço até agora só pode ser positivo. O Madeira SAD está a readquirir o respeito perdido nos últimos anos”, sublinhou o técnico, recordando o equilíbrio demonstrado em alguns jogos de grau de dificuldade mais elevado, mas admitindo, porém que o objetivo real passa por terminar a fase regular entre os 8 primeiros lugares de acesso ao play-off. “A partir daí é tentar a melhor classificação possível”, realçou Paulo Fidalgo, lembrando que o campeonato esta época está mais forte, “com o SC Horta, o Belenenses e o Passos Manuel a terem mais argumentos do que antes.”

“SE A NOVA ADMINISTRAÇÃO TIVESSE ENTRADO MAIS CEDO…”

A recente mudança de administração do Madeira SAD, com o Marítimo na liderança e com o apoio do Académico, no comando do projeto será, segundo Paulo Fidalgo, fundamental para o futuro da SAD.

“Passados estes 5 meses a trabalhar no Madeira SAD tenho a convicção que se esta nova administração tivesse entrado mais cedo, 2 a 3 anos, hoje teríamos o clube com outra realidade financeira e por inerência outras possibilidades desportivas…No entanto, com o trabalho e dedicação de todos os envolvidos o Madeira SAD pode, dentro de um ou dois anos, atingir outros níveis competitivos “, confiou o treinador, elogiando o conjunto de jogadores que tem ao dispor:”Este é o grupo que mais treina, de todos aqueles que já orientei. São 120 a 150 minutos por sessão, num trabalho dedicado e esforçado”, salientou.

O Madeira SAD tem agora uma sequência de três jogos importantes que começam já este dia 14 com a vinda do ISMAI à Região.

0

Uma equipa de mergulhadores anunciou recentemente a descoberta de 39 blocos de oricalco num navio que naufragou no século VI a.C., perto da Sicília. Este metal é citado em vários textos antigos e considerado o segundo mais valioso metal depois do ouro, mas terá desaparecido, segundo a lenda, quando a Atlântida  submergiu no Oceano.

De acordo com a Discovery News, o navio terá saído da Grécia ou de outro local na Ásia Menor, transportando o metal para Gela, no sul da Sicília, tendo sido, contudo, apanhado numa tempestade e naufragado a 300 metros do porto.

“Nunca foi encontrada nada igual. Conhecemos o oricalco dos textos antigos e de alguns objetos ornamentais”, explicou Sebastiano Tusa, responsável pelo ministério do Mar da Sicília.

Os especialistas afirmam que o oricalco é uma liga de bronze, desenvolvida pela reação de minério de zinco, carvão e metal cobre. Quando os novos lingotes foram analisados por raio-x, explica a Discovery News, descobriu-se que o metal tinha 75 a 80% de cobre, 15 a 20% de zinco e pequenas percentagens de níquel, chumbo e ferro.

1

“Eu venho à Madeira para ver coisas caraterísticas, vias-rápidas há muitas lá fora. Tenho saudades das estradas antigas, dessas paisagens belíssimas”. Após três semanas de férias na Madeira, Eva Teixeira, emigrante na África do Sul, deixa um apelo às autarquias e ao Governo Regional: “por favor, cuidem dos nossos túneis e das estradas do passado”.

Como a emigrante que rumou, ontem para Pretória, também Agostinho Mendes, residente na França, acredita que a Região só tem a perder com o fecho dos antigos troços. “Pelo menos no Verão, estas estradas haviam de funcionar, até por causa dos turistas”, declara o madeirense, considerando que os riscos de  queda de pedras não podem ser argumento para a degradação do património regional.

Entre os percursos mencionadas pelos visitantes estão a Estrada da Rocha, antiga Estrada Regional 101 e o acesso que liga a Encumeada ao Paul da Serra. Orlando Fernandes, presidente da Junta de Freguesia do Seixal, admite que a Estrada da Rocha,  “um ex-líbris no passado, foi  deixada ao completo abandono pelas autoridades competentes” e acredita que a sua recuperação não exige um investimento transcendental.

“Esta estrada devia ser recuperada, nem que fosse para funcionar durante alguns períodos do ano, quando as condições climatéricas permitissem a circulação em segurança”, declara, lembrando que este percurso é muito utilizado pelos agricultores locais.

Junta do seixal à espera do Governo Regional
Para além da importância turística e cultural da Estrada da Rocha, Orlando Fernandes dá conta das implicações do seu fecho na agricultura tradicional, especialmente durante a época da vindima. “Existem, entre o Véu da Noiva e o Seixal, muitos terrenos agrícolas, a abertura do troço, pelo menos no Verão, facilitaria imenso a vida aos agricultores”, refere, evocando valor histórico do percurso e a memória dos trabalhadores  que “com o seu suor e as suas próprias mãos esculpiram na falésia aquela bela e importante estrada”.

Orlando Fernandes diz ter notificado as entidades competentes, junto do Governo Regional da Madeira, sobre a disponibilidade da Junta em colaborar na manutenção daquele troço, por forma a facilitar o acesso dos agricultores aos respetivos terrenos, e lamenta não ter recebido qualquer resposta até à data.