A sinistralidade rodoviária é um mal do presente, que persiste em manter-se no nosso quotidiano e não se vislumbra uma cura ou antídoto que o combata eficazmente. Todos nós conhecemos alguém que já foi interveniente ou foi vítima de um acidente e as dramáticas consequências daí resultantes.
Este aliado da morte está constantemente à espreita, à espera de apanhar a sua próxima vítima, em qualquer via ou caminho, em qualquer ponto do Globo.
Segundo um estudo efectuado em 1999 pela Organização Mundial de Saúde, a sinistralidade, que era então a 9ª causa de morte entre os humanos, passará para o 3º lugar dos flagelos mortais no ano 2020, logo a seguir às depressões graves e às doenças coronárias.
Já apelidada de “Peste Negra do Século XXI”, infelizmente parece não ter sido encontrada nenhuma vacina para o combate à sinistralidade nos próximos anos.
O automóvel, meio de transporte e factor de socialização, pode tornar-se uma arma mortal porque, quando utilizado indevidamente, conduz à violência e ao crime, muito especialmente se o condutor se deixar levar por sensações de prazer e risco.
As estatísticas não mentem. Portugal é um dos países europeus com taxas de sinistralidade mais elevadas da Europa e a Madeira, embora com uma dimensão numérica menor, não foge a esta triste regra.
A SINISTRALIDADE NA MADEIRA EM 2014:
– 2353 acidentes;
– 11 mortos;
– 67 feridos graves (os que ficam internados, pelo menos um dia nos hospitais);
– 857 feridos ligeiros (os que não recebem internamentos hospitalar);
– 3757 veículos envolvidos.
Em todos os acidentes rodoviários, na sua maioria resultado de comportamentos incorretos, há sempre consequências desagradáveis a lamentar: danos materiais; sequelas físicas e psíquicas ou até a morte de alguém.
OS MELHORES RESULTADOS ESTATÍSTICOS EM TRÊS DÉCADAS
Não há estatísticas exatas sobre o número de veículos existentes nesta Região Autónoma, estimando-se que esse número varie entre os 100 e os 120 mil.
Apesar de que o ano transato foi aquele que revelou melhores resultados em mais de 30 anos, não devemos esquecer a quantidade de veículos novos que entram anualmente no espaço regional e a quantidade de novos títulos de condução, que em cada ano habilitam novos condutores, e que vão avolumar o trânsito rodoviário.
A consequência mais dramática (a morte), resultante dos comportamentos incorretos por parte dos condutores, tem um número muito elevado na nossa Madeira. De facto há acidentes, quase inexplicáveis, que deixam marcas muito profundas e insanáveis em inúmeras famílias madeirenses.
Uma coisa é certa: a grande maioria seria evitável, sem grande esforço, bastando unicamente que condutores e peões se comportassem de acordo com aquilo que é normal e aceitável, cumprindo minimamente as regras de trânsito.
“Não existe melhor cura que a prevenção”.
Sandro Kretus