A gelada Europa, uma das luas de Júpiter, é considerada pelos cientistas um dos locais mais promissores para procurar por vida extraterrestre no nosso próprio Sistema Solar e uma futura missão da Nasa com este objetivo acaba de ganhar um impulso inesperado.
O Congresso dos EUA determinou recentemente um pequeno aumento no orçamento de pouco menos de US$ 17,5 bilhões para a agência espacial americana originalmente pedido pelo presidente Barack Obama para o ano fiscal de 2015, que começou em outubro e termina em setembro do ano que vem. Com isso, a Nasa terá à sua disposição US$ 18 bilhões, dos quais US$ 118 milhões deverão ser destinados para projetos que tenham como objetivo estudar Europa.
Com pouco mais de 3 mil quilómetros de diâmetro, a lua Europa é coberta por uma grossa camada de gelo sob a qual estaria escondido um imenso oceano de água em estado líquido, condição considerada essencial para o desenvolvimento da vida como conhecemos.
Observações feitas pelas sondas Galileo e Cassini, assim como pelo telescópio espacial Hubble, detectaram jatos de vapor sendo expelidos através de fissuras na crosta de gelo à semelhança do que acontece em Encélado, uma das luas de Saturno e outro local promissor na busca por vida extraterrestre no Sistema Solar. Este tipo de fenómeno abre caminho para a troca de nutrientes, material e energia entre o oceano sub-glaciar e a superfície, aumentando as hipóteses para o desenvolvimento e para a sobrevivência de formas de vida em ambas as luas.
Inicialmente, Obama tinha pedido apenas US$ 15 milhões para as pesquisas em torno de uma possível missão a Europa, que ainda nem existe oficialmente no âmbito da própria Nasa. No orçamento anterior, a agência espacial recebeu US$ 85 milhões para começar o desenvolvimento dos projetos. Entre as opções atualmente em estudo estão a missão Europa Clipper, uma sonda que faria um reconhecimento detalhado da lua e poderia levar a bordo, por exemplo, instrumentos como um radar capaz de penetrar sua crosta de gelo e calcular sua grossura e espectrômetros para analisar os materiais presentes na sua superfície e atmosfera e procurar por compostos orgânicos, ou mesmo um novo conceito para este tipo de missão que envolve o envio de um enxame de pequenos satélites, os chamados CubeSats, para fazer as obervações.
– A Nasa seria louca de não usar estes recursos para dar início a uma missão real (a Europa) – comentou Casey Dreier, diretor da Planetary Society, em análise do orçamento passado pelo Congresso americano publicado no site da organização.