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Higino Faria / Investigador de história da arte, património e turismo cultural

 “Competitions are for horses, not for artists.”

Béla Bartók

Nunca como agora esteve na ordem do dia falar em herança cultural como fator de desenvolvimento económico. Através das “industriais culturais” operadores e agentes turísticos “fazem-se a ela”. Guias encaminham turistas por ruelas de urbes antigas cujos nomes poucos do ramo sabem explicar e falam do “manuelino” como arte inventada às 6 da manhã de Janeiro na viragem de quinhentos do ano mil. Taxistas e outros ágeis guias falam de cercos de Cruzados de “raça lusa”, puros como os cavalos do Ribatejo, mencionam alguns poetas “alienados” e ainda metem, no mesmo contexto, o futebol, o fado e Fátima “ao barulho”.

Na cidade de Lisboa o património daquela que foi nos primórdios da globalização a “Nova Iorque” da Europa está mesmo na moda (apesar dos cerca de cinco mil imóveis históricos devolutos) e, dentro das “ilhas museológicas” ao ar livre que a cidade criou, os seus operadores turísticos e entidades museológicas satisfazem “o consumo das massas” provenientes de Aquém e de Além Pirinéus, Ásia e Novo Mundo – só a Tap, coisa de que já ninguém sabe muito bem de quem é; terá, recentemente, manchado o imaculado brilho da “Muy Nobre Cidade de Lisboa” bem como da “Invicta Cidade do Porto”…

O compasso dos tempos é veloz e incoerente, e, por isso, muito incerto para quem não acerta passo com as opções que tornam pessoas com faculdades inatas para a vida cultural em simples “desperdício dos tempos”, tempos em que os “aparelhos políticos” tem “obsolescência programada” e a pólvora colorida com que se faz a “guerra dos tronos” hodiernos e se provocam outras “querelas conjugais” pode ser promovida no computador ou no smartphone “à mão”.

“Hoje em dia”: mero truque semântico ao serviço político das “elites” para manter o fatalismo conveniente; há menos emprego…Resulta, pois, que cada vez mais o efémero e o descartável se sobrepõem aquilo que é perene e duradouro, basta mencionar o conceito moderno de upgrade: nos “gadgets”, nas “máscaras sociais” e noutras coisas afins… A pressa de se fabricar “um produto” é tão veloz como o processo de deflação, tudo vale na corrida ao ouro da ilusão. Até a crítica, antigamente considerada de modo substancial por quem era alvo dela e esta cultivava, vale menos que a mais doce e “inocente” das indiferenças.

Nos mais antigos municípios rurais – polos da democracia medieval portuguesa – os serviços turísticos e os sectores de produção tradicional são esquecidos pelos governos e vistos como empecilhos ao crescimento económico, isto é, ao investimento estrangeiro que, por sua vez, contínua a atirar muitos portugueses para a sujeição às taxas de juro desonestas porque muito desiguais dentro de “países parceiros”. A globalização, outra coisa que não, definitivamente, a utopia da “aldeia global”, é quase um “novo deus” que tem por advogado vários diabos, e em nome do qual se violam princípios, atropelam pessoas e o meio ambiente.

O estado é assim duplamente frágil e servil em matérias onde deveria ser “forte”, isto é, ele próprio “competitivo”, consigo mesmo: na justiça financeira e na criação de uma economia verde e amiga das boas tradições. Cada vez mais as suas instituições destituem-se dos nobres valores da educação e da cultura pública, encobertas por um véu de hipocrisia generalizada onde os incultos, os piores iconoclastas, são os “economistas” disfarçados de “políticos sofisticados” que definem, “cooperativamente” e à frente de estatísticas encomendadas nas quais já ninguém confia; a “política cultural do país”, os mesmos que tanto aplaudem como contribuem para segregar e marginalizar a cultura social e de intervenção, seja nos bairros arruinados ou no “vazio” dos auditórios.

As nossas indústrias tradicionais definham, só prosperam as mais subsidiárias do “marketing global”: entre o gosto, low cost, de “burguês pedante, mas avaro, e um “novo-riquismo” despesista, mas fatela, ao modo “Casa dos Segredos”; promovido por uma classe de “aristocratas assalariados”: sardinhas, azeite, queijos, vinho, doçaria. Ainda assim a nossa pesca afunda-se, a agricultura de subsistência, a melhor e mais saudável; é mal promovida, o verdadeiro artesanato extingue-se, e a nossa arquitetura popular também.

É bem possível até que um turista atraído à Madeira fique na dúvida se o nosso cristológico Galo de Barcelos feito na China nasceu numa capoeira da Fajã da Ovelha se em Trás-os-Montes. Uma vez mais a culpa não é dos nossos irmãos Galegos, nem de outras gentes do mundo: quem “nos depena” nunca “pula a cerca”. Enfim, coisas de “etnologia” e “folclore inventado”, coisas do país “pobre e desinstruído”, a “oeste” do grande progresso que “bancários competitivos”, atentos e “iluminados observadores”, mais outros tantos negociantes cosmopolitas de Lisboa, Londres ou Berlim nos quiseram trazer.

A isso e tudo o mais o regime agradece, porém apela a que outros venham ver o que por cá já poucos são os que sabem fazer, cada vez menos segundo os costumes e saberes antigos que nos conferiram identidade e soberania. As pessoas idosas que levantaram o país debaixo de ditadura (o país que a torneira da euforia consumista e despesista escoou e agora ainda escoa com os mais ricos a ganharem dez vezes mais que os mais pobres;) já não são ouvidas e no lugar delas sábios e outros “socráticos executivos”, com formação em neosofismo, comandam os seus destinos do modo mais vaidoso e desumano a partir do “todo o poderoso facebook” e de outros sensacionalistas canais de media. Entretanto, vemos a bolha imobiliária depois de estoirada arrastar ainda arquitetos para o desemprego, muitos dos quais vítimas da falácia perniciosa de que “bom arquiteto” só de raiz constrói.

No Funchal, chamada por alguém noutro século “Piccoli Lisbona”, e apesar da bem-sucedida “ilha cultural” da Zona Velha, mais alguns projetos estudantis de louvar e outros projetos camarários (onde se podem incluir conferências de reabilitação acompanhadas em surdina pelos “homens das promessas”) e o trabalho normal dos órgãos de governo, nem estratégias de conservação integrada à vista, nem bons operadores turísticos no âmbito cultural, muito menos visitas em série com critério e proveito pedagógico e económico algum, sobretudo para os comerciantes e mesteirais que continuam a acreditar e a dinamizar os seus núcleos históricos. Há que imitar Lisboa, sem lhe copiar os erros…

Grave é faltarem, ainda, as importantes “cartas de património”: arquitetónico, urbanístico, etnográfico, literário, etc; que felizmente podem sempre dar o certeiro tiro no pé de algum insuspeito e ambicioso projeto de “interesse público”!

Edifícios com “estórias para contar” ameaçam ruir, há toda uma cidade histórica devoluta – tão decrépita como decrépito estava o governo que cessou funções. Estimam-se às dezenas os imóveis com mais de cinquenta e cem anos abandonados à mercê dos elementos, votados ao esquecimento; enquanto promissores “CEO” andaram anos alvitrando as melhores jogadas nas “sedes palacianas” de competitivas “Parcerias Público-Privadas” para, entre outras coisas, aformosearem as casas, moradias de luxo e ruas onde moram.

Já em relação aos simpáticos turistas e madeirenses que pela cidade deambulam, muitos contornam a “Esquina do Mundo”, desembocam na “Praça do Povo” e depois lá vão, seguindo o peripatético “roteiro” com a “memória de peixe” ativada, ver o muito mal orçamentado e insólito “corpo apático e contraturado” que representa, alegadamente, um extraordinário futebolista nascido no Funchal, mas “criado em Lisboa”.

Em simultâneo a “muito idosa” Capela de São Paulo (contígua à casa onde viveu um poeta “qualquer” da história da nossa cultura recente…) continua a aguardar que alguém se lembre dela, nos tempos onde importa mais evitar que algum “camarada chinês” perca uma ação na bolsa dos falsos valores imobiliários do que preservar as melhores e mais instrutivas das nossas avoengas riquezas: “capelinhas” e outras “devoções” mundanas de “passeio público”, que por sinal só importam quando brilha a expetativa da reabilitação pomposa e o obséquio dos “ilustres visados” de ultima hora…

Gente empreendedora e muito orgulhosa do progresso e, neste capítulo, do nosso riquíssimo “catálogo do passado”, “catálogo” que às tantas pode servir de pretexto para a “liberalização” de novas “eutanásias patrimoniais” e, com elas, desnecessárias urbanizações (custeados com os dinheiros honestos através das tramoias da banca) onde habitarão pessoas requintadas, finas e “eternas”, mas culturalmente amnésicas e com uma visão totalmente desfocada do passado.

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O presidente do Marítimo olha com grande confiança para a final da Taça da Liga inédita desta sexta-feira mesmo que do outro lado esteja o campeão nacional Benfica.

Carlos Pereira acredita que o Marítimo pode fazer história hoje! “Tenho grande confiança nos nossos atletas e claro que acredito que podemos vencer esta Taça. A equipa trabalhou muitíssimo bem durante a semana, retificou alguns erros que forma cometidos no último jogo e tem a esperança de vencer o Benfica. Caso contrário, nem sequer estaríamos aqui. Queremos levar a Taça para a Madeira!”, assegurou, esta tarde em Coimbra.

Confrontado sobre as principais dificuldades que espera esta noite, o dirigente foi claro. “Temo toda a equipa do Benfica, se olharmos à qualidade, à quantidade e ao valor orçamental, temos que temer por todos. Mas também não tenho dúvidas de que depois de a nossa equipa entrar no relvado vai dar tudo para vencer. Estamos aqui devido ao trabalho que foi desenvolvido ao longo da época, pela grande ambição dos nossos atletas”, sublinhou.

Sobre o formato da Taça da Liga, Carlos Pereira gostava que fosse ainda mais aliciante do que é atualmente.

“Há quem diga que a Taça da Liga não é bem regulamentada, mas penso que quem diz isso é porque já não está em competição. Estou de acordo que esta Taça da Liga deveria dar apuramento para as competições europeias. É uma jovem competição, que tem de ganhar maturidade, mas os seus dirigentes não a podem denegrir e têm que lhe dar o destaque que merece para que, juntamente com as instâncias que regulam o futebol, a possam levar a um patamar europeu”, desejou.

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O Representante da República para a Região Autónoma da Madeira, pretendendo associar as gerações mais novas às comemorações do dia 10 de Junho, instituiu em 2013 o concurso “Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”.

No corrente ano, o Júri de avaliação, designado pelo Representante da República e constituído pelos escritores Irene Lucília Mendes de Andrade e Agostinho Lídio Gonçalves Araújo e pela professora Maria Eduarda Campos Teixeira Silva, reuniu nas instalações do Gabinete do Representante da República – Palácio de São Lourenço, para apreciar e classificar os trabalhos apresentados, aos quais deliberou atribuir a seguinte classificação:

1º. Prémio – Sofia Lara Alves Henriques, aluna do Colégio de Santa Teresinha

2º. Prémio – Ana Carolina Basílio Vieira Lemos, aluna da Escola Jaime Moniz

3º. Prémio – Maria João Gonçalves Silva, aluna da Escola Francisco Branco

O júri decidiu atribuir as seguintes menções honrosas: Leonor Santos Campos Jesus (Bartolomeu Perestrelo), Maria Freitas Oliveira (Escola Jaime Moniz), Alice Inês Rodrigues Bettencourt Mimoso (Francisco Franco).

Os textos serão lidos pelos seus autores na cerimónia de entrega de prémios que terá lugar no Palácio de São Lourenço, no dia de 6 de Junho, pelas 16h00, com a presença do Representante da República e do Secretário Regional de Educação Jorge Carvalho.

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“Para mim, está tudo em aberto nesta final! É um jogo só, o adversário é um dos grandes clubes da Europa, por isso será difícil mas no futebol não existem impossíveis. Estou bastante otimista na conquista da taça!”, assegura Ewerton, símbolo do Marítimo, em conversa com o AgoraMadeira.

O antigo guarda-redes verde-rubro, recorde-se, foi uma das grandes figuras da final da Taça de Portugal no jogo frente ao Sporting. Agora, mesmo à distância no Brasil, continua a acompanhar bem de perto a atualidade verde-rubra.

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O azulejo português vai candidatar-se a Património da Humanidade da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). A intenção foi anunciada pelo secretário de Estado da Cultura Jorge Barreto Xavier aquando da recente inauguração da nova sala no Museu Nacional do Azulejo (MNAZ), em Lisboa.

O governante revelou que a candidatura será agora lançada e que o Estado espera que “venha a ser bem sucedida”. A preparação ficará a cargo da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) em parceria com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e a Comissão Nacional da UNESCO/Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Concretizando-se a elevação do azulejo português a Património da Humanidade “será certamente muito importante para uma maior sensibilização da sociedade para a necessidade de conservação desta forma de expressão artística”, focou Jorge Barreto Xavier.

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Carlos Góis / SETAA e Dirigente da UGT Madeira

Por variadas  e muito importantes razões (obviamente controversas, também!…) –  e não tendo conseguido resistir aos recentes acontecimentos marcados pela última famosa greve de 10 dias da “nossa” TAP – esta minha segunda reflexão para o AGORAMADEIRA incidirá sobre a temática das greves.

Não pretendendo aflorar as razões que (pro)moveram um setor de pilotos, alguns dos seus colaboradores – outros há, como os tripulantes assistentes de cabine, bordo, terra, etc -, limitar-me-ei tão somente a considerar e refletir sobre alguns dos aspetos que acho de enorme importância relativamente a esta polémica etapa de vida laboral.

E seja aqui ou em qualquer parte do Mundo – principalmente onde exista um tecido produtivo que congregue interesses capital + trabalho (empregadores/empregados) – obviamente esse direito (greve)  está institucionalmente consagrado por leis e regulamentos.

Mas numa interessante curiosidade, historicamente a palavra greve origina-se do francês greve, com o mesmo sentido, proveniente da Place de Grève, em Paris, na margem do Sena, outrora lugar de embarque e desembarque de navios e depois, local das reuniões de desempregados e operários insatisfeitos com as condições de trabalho.

O termo grève significa, originalmente, “terreno plano composto de cascalho ou areia à margem do mar ou do rio”, onde se acumulavam inúmeros gravetos. Daí o nome da praça e o surgimento etimológico do vocábulo, usado pela primeira vez no final do século XVIII. (…)” – in Wikipédia, a enciclopédia livre. Dir-se-á, grosso modo, que, em geral, a consumação do ato greve é um direito que assiste a todas as pessoas documentadamente contratadas que (em)prestam os seus saberes a uma entidade a troco de um valor monetário base, entretanto por si formalmente acordados.

Dito de outra forma. Objetivamente, e para que a sua efectivação resulte em sucesso ou eficácia laboral, esta não poderá ser um ato isolado de um trabalhador (por sua iniciativa/espontaneidade), na certeza porém de a sua atitude só resultar em conjuntura coletiva/concertada.

Entendo que a greve não é um ato para infringir ou contabilizar prejuízos, mas antes sim para recuperar dignidades e projetar proveitos para todos, sejam trabalhadores, empregadores, público em geral ou consumidores em particular. Em jeito de ‘brincadeira séria’, direi que ‘mais vale um bom , sensato/decisivo, diálogo social entre ‘mãos’, entre trabalhadores e empregadores, do que uma ‘greve no ar’.

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A edição de 2015 do Rali Vinho Madeira, que vai para a estrada de 30 de Julho a 1 de Agosto, foi esta tarde apresentada na sede do Club Sports Madeira e promete trazer grandes motivos de interesse para os amantes do automobilismo, apesar da previsível ausência de pilotos estrangeiros.

São 205 quilómetros divididos por 19 provas especiais, com um dos grandes destaques a ser o regresso da classificativa-espetáculo da Avenida do Mar, na quinta-feira à noite.

“Uma avenida que oferece agora condições extraordinárias e que irá certamente dar uma boa imagem da Madeira e da prova”, sublinhou o presidente da Comissão Organizadora do RVM Paulo Fontes.

As únicas duas provas especiais que se mantém idênticas a 2014 são a Ponta do Pargo e o Rosário, sendo que todas as outras ou foram encurtadas ou são mesmo novidades, como é o caso da Ponta do Sol.

Devido à realização em simultâneo do Open da Madeira em golfe, a partida da classificativa do Santo da Serra será feita após o campo de golfe. “Por uma questão de segurança, decidimos tomar essa decisão”, realçou Paulo Fontes.

COM AMBIENTE NOTURNO

Algumas classificativas – Super-especial da Avenida do Mar, Cidade de Santana 2, Ribeiro Frio 2 e Terreiro da Luta2 – vão realizar-se à noite para «dar ambiente noturno, que foi sempre do agrado de todos os madeirenses» e o parque assistências ficará situado no porto do Funchal, nomeadamente no cais sul do molhe da Pontinha, a partir da passagem do túnel. Nota ainda para o facto de este ano haver lugar a briefing obrigatório com os pilotos que não comparecerem a serem penalizados financeiramente.

Em relação à parte financeira, Paulo Fontes assegura que nos próximos dias irá assinar o contrato-programa com o Governo Regional para o apoio à prova na ordem dos 300 mil euros, valor idêntico ao ano anterior.

“No total, temos um orçamento de 400 mil euros e as outras provas têm orçamentos de 2 milhões de euros, por isso é impossível pensar em voos mais altos”, confessava o dirigente referindo-se à possibilidade de o RVM voltar a não contar com a presença de pilotos estrangeiros.

“Vamos manter-nos com muita força para que o Rali Vinho Madeira continue a ser falado na FIA como um dos melhores ralis de asfalto, mas as condições financeiras não permitem apostar mais. Enquanto não houver incentivos para que haja pilotos estrangeiros a participar é difícil ter pilotos de fora, mas há pilotos a quererem vir à Madeira e não é pelo facto de o rali não estar no Campeonato da Europa que não vêm”, assegurou.

A este propósito o líder máximo da organização lembra o sucesso da edição de 2014. “O rali do ano passado foi muito competitivo mesmo com a prata da casa. Se os tivermos cá novamente vamos ter um bom rali.”

DIRETOR REGIONAL DE DESPORTO DESTACA A PROMOÇÃO TURÍSTICA DO EVENTO

David Gomes, o novo diretor regional de Juventude e Desporto, destacou o papel promocional do destino Madeira do RVM, mesmo não tendo pilotos de fora.

“Estão lançados os dados para se assistir a mais uma grande prova de automobilismo. Ainda com algumas limitações, este será um grande espetáculo automobilístico. Quero destacar a promoção turística e o facto de este evento ser sempre um bom cartaz promocional além fronteiras”, salientou, destacando em especial dois aspetos na próxima edição: “A prova noturna, por um lado, e por outro, a espetacularidade da nossa Avenida do Mar, o que vai promover bem a cidade do Funchal”, concluiu.

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“A ilha mágica de CR7”. É este o título do prestigiado jornal espanhol que na edição desta terça-feira faz referência, com algum destaque, ao regresso do União da Madeira à Primeira Liga.

“O Funchal, a cidade que viu nasceu Cristiano Ronaldo, conseguiu um feito ao inscrever três equipas na máxima categoria do futebol, numa cidade com uma densidade populacional muito baixa”, refere o jornal espanhol, comparando a capital da Madeira à capital do país.

“Um feito de que se podem orgulhar poucas cidades em Portugal e que só é mesmo possível em Lisboa, com Benfica, Sporting e Belenenses”, acrescenta, complementando: “Apesar de pequeno, o Funchal tem sido uma referência no panorama futebolístico português e foi a terra onde CR7 deu os primeiros passos no futebol!”

A peça inclui ainda declarações do presidente do Conselho de Administração da SAD do União da Madeira Filipe Silva e do presidente da Câmara do Funchal Paulo Cafôfo.

A “Marca” lembra ainda que este não é a primeira experiência do União na Primeira Liga e faz referência à última passagem, que aconteceu há 20 anos.

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Pedro Trindade / Economista

Hoje a minha opinião vai centrar-se na separação (ou não) entre o que é a banca comercial e a banca de investimento. A banca comercial, já lá do tempo dos agiotas do império romano, recebe depósitos tanto de singulares como de pessoas colectivas e concede empréstimos a outros mesmos singulares e colectivos. Uma operação simples e milenar como me disseram uma vez, uma “roda” que “já foi inventada”.

Até aqui tudo bem, se esta actividade for bem regulada tem tudo para funcionar mais ou menos bem (confesso ser muito céptico em relação a qualquer tipo de banco). Quando ouvimos  aquele clichê de economista, ” não há economia sem sistema bancário”, é deste sistema da banca comercial que se está a falar.

No entanto, aqui há bem pouco tempo, assim entre o séc. XVIII e séc. XIX, uns espertinhos decidiram criar as instituições chamadas bancos de investimento, que vêm para aí fazer um tipo de actividade que nada tem a ver com a banca comercial. O que estes tipos fazem é convencer as pessoas (singulares e coletivas) a retirarem o seu dinheiro da banca comercial e a comprarem produtos financeiros complexos, com rentabilidades altíssimas, mas depois vêm em letrinhas pequeninas, com riscos de insucesso altíssimos também.

Ou seja são autênticos Casinos de Las Vegas. E como nós sabemos até os casinos são controlados por super computadores que fazem nada mais nada menos do que roubar o dinheiro todo aos seus jogadores. E é esta a história da banca de investimento. O pior é que em muitos lugares do mundo banca comercial e banca de investimento fazem parte da mesma empresa.

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Um dia depois da oitava subida à Primeira Liga da carreira, qual é o sentimento?

É o sentimento de dever cumprido e de gratidão pelo desempenho dos jogadores e de toda a estrutura do clube que sofreu, viveu e sentiu as alegrias e as tristezas que todos sentimos. O objetivo de início de época era colocar a equipa num dos cinco primeiros lugares, organizar a equipa de forma a que no ano seguinte a subida fosse “atacada”, mas felizmente para todos conseguimos essa meta com um ano de antecedência. Quero agradecer aos meus adjuntos que foram fantásticos a a todo o “staff” desde o pessoal da rouparia, do posto médico e da relva…Todos foram importantes.

No final da primeira volta, e depois de a equipa ter perdido muitos pontos em casa, chegaram a duvidar de que poderiam subir de divisão?

Na segunda volta fizemos mais 12 ou 13 pontos do que na primeira volta. Marcamos mais golo e sofremos menos. A primeira volta foi aquém das nossas expetativas, mas tínhamos uma equipa completamente nova. Entraram 22 ou 23 jogadores novos, o treinador era novo, os processos eram novos e tudo isso demora o seu tempo. a assimilar. Felizmente conseguimos não ficar a uma distância tão grande que não desse para recuperar, o que aconteceu. Fizemos uma parte final de época excelente e no último terço do campeonato fomos, provavelmente, a melhor equipa e conseguimos os nosso objetivos. Os jogadores acreditaram sempre que era possível, apesar da desvantagem que chegamos a ter de 9 ou 10 pontos dos lugares cimeiros. Acreditamos sempre que era possível e os jogadores eram fantásticos.

Que “malapata” era aquela nos jogos em casa?

Não era “malapata!” A equipa tinha algumas dificuldades em jogar contra equipas fechadas. Os adversários jogavam com um bloco baixo e saídas rápidas e criaram-nos alguns problemas. Nós nunca tivemos arte nem engenho para desbloquear essas defesas sólidas. Melhoramos na segunda volta porque os mecanismos melhoraram, fizemos alguns ajustamentos e alteramos algumas coisas nos nossos processos ofensivos.

Esta foi mesmo a subida mais difícil da sua carreira?

Esta foi a mais difícil porque foi aquela em que reuníamos menos condições e tínhamos mais fortes opositores aos dois lugares cimeiros: o Tondela, o Chaves, o Covilhã e o Freamunde, que foram dois “outsiders” que fizeram campeonatos absolutamente brilhantes. Tínhamos ainda o Portimonense, que tinha um excelente plantel, o Beira-Mar e o Olhanense. Conseguimos chegar lá em cima mas foi extremamente difícil, em cima da meta.

Como foram aqueles instantes finais do jogo com o Oriental em que a grande preocupação era saber o que se estava a passar no Tondela-Freamunde?

Atendendo ao resultado, a nossa preocupação estava completamente virada para o jogo do Tondela, principalmente nos últimos 10 minutos. Foi dramático, mas sabíamos, por experiência própria, que se pode ganhar ou perder no primeiro ou no último minuto. Acreditávamos que era possível ao Tondela virar o jogo, mas o tempo jogava contra e felizmente acabou por marcar e repor alguma justiça porque entendo que quem chega ao fim de 46 jornadas na segunda posição não pode falar em sorte mas sim em merecimento e em qualidade porque são muitos jogos.

Como vê o facto de a Madeira ter neste momento ao mais alto nível tendo em conta também a dimensão da ilha?

Tal como o presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo, disse ontem, neste momento o Funchal é, a par de Lisboa, a capital do futebol português. Três equipas na Primeira Liga é bom para a Madeira e para o futebol português. Vai aumentar a rivalidade entre os clubes madeirenses e vai proporcionar que as equipas do continente venham, uma vez mais, à Madeira. Para o povo madeirense é importante ver os grandes clubes nacionais passar por aqui, pelo menos três vezes.

Que futuro prevê para o União?

O União tem umas infra-estruturas muito interessantes, e temos de dar os parabéns ao presidente Filipe Silva pela criação das mesmas, mas o clube precisa de melhorar em muitos aspetos: precisa de ser mais competitivo, mais profissional, mais rigoroso e, fundamentalmente, mais exigente com toda a gente. Para além disso, a apesar de atualmente ter bons jogadores dos quais pode fazer um bom reaproveitamento, precisa de um bom plantel porque o pior que pode acontecer ao clube é subir e descer de divisão. Mas acredito que o clube tem todas as condições para se consolidar na Primeira Liga.

A RAZÃO DO ANÚNCIO DA SAÍDA UMA SEMANA ANTES DO FIM DA ÉPOCA

A decisão de ter comunicado a saída do União uma semana antes da última, e decisiva, jornada, deveu-se a quê?

A semana que antecedeu o jogo com o Oriental foi absolutamente tranquila, mas nas semanas anteriores já se falava em treinadores para o União da Madeira e que o Vítor Oliveira ia para aqui e para ali. Começou a se especular então e seria previsível que esta semana fosse ainda pior a esse respeito se não tivéssemos posto um travão à situação. A notícia, da forma surpreendente como apareceu, acabou com todas essas informações mentirosas e negativas. A informação já tinha sido comunicada internamente foi tornada público para impedir que houvesse boatos que pudessem prejudicar.

Vai guardar boas recordações da Madeira?

Sim, vou. No início tive algumas dificuldades de adaptação mas depois adaptei-me e deixei aqui alguns bons amigos para a vida. Vive-se bem cá, há qualidade de vida. O União tem potencial e um clube ao qual estamos ligados pela subida de divisão vai ficar sempre no coração.

As oito subidas no currículo dão-lhe um estatuto único em Portugal. Já tem muitos convites para prosseguir a carreira?

O único convite que tive foi do União, que declinei, e neste momento não tenho nenhum convite, mas isto acontece-me muitas vezes. O sair sem convites em carteira, mas vou aguardar. Primeira ou Segunda Liga é indiferente.

«TENHO UM PERCURSO QUE ME POSSO ORGULHAR!»

Mas agrada-lhe esse papel de “alavancar” equipas para outro patamar e depois partir para outro projeto?

Não me agrada nem me desagrada. Já subi equipas e fiquei e já subi equipas e saí. Faço sempre uma análise muito objetiva da situação e depois decido. Essa gestão é feita apenas por mim e tenho me dado bem. Tenho um percurso que me posso orgulhar e que é um percurso bonito no futebol português.

Há um segredo para o sucesso?

Não há segredo especial. É preciso trabalhar, acreditar e fundamentalmente é preciso ter bons jogadores. Essa é a chave do sucesso.