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Presidente da autarquia de C. Lobos Pedro Coelho prometeu requalificar o centro do Jardim da Serra

Cereja, cereja e mais cereja! A festa era dela por isso não foi de estranhar que estivesse em todo o lado. Este ano o pequeno fruto esteve mesmo integrado em dois novos produtos: o gelado de cereja e o crepe de cereja, dois grandes sucessos da Festa da Cereja 2015, que este ano contou com a visita de cerca de 5000 pessoas. Produtos que se juntam aos já famosos licores, assim como aos bolos, queques… nunca esquecendo os doces, tudo envolvendo o delicioso fruto vermelho que foi o centro das atenções no tradicional desfile.

“Este ano tivemos à volta de 140 pessoas envolvidas no desfile, cerca de 100 adultos e 40 crianças, número que é superior ao do ano passado”, explicou ao AgoraMadeira José Ornelas, presidente da junta de freguesia do Jardim da Serra, que não tem dúvidas. “Estiveram com toda a certeza mais de 5000 pessoas na Festa durante o fim de semana”, garantiu.

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Já o presidente da autarquia de Câmara de Lobos Pedro Coelho aproveitou a realização da Festa da Cereja para manifestar a intenção de requalificar o centro da freguesia, o que poderá acontecer no prazo de um ano.

Durante o fim de semana não faltou muita música e animação que contagiou os locais e os muitos visitantes provenientes de vários cantos da ilha.

A jovem freguesia do concelho de Câmara de Lobos já registou, entretanto, a importante marca: “Jardim da Serra Terra da Cereja.”

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Uma semana após o lançamento de uma página de apoio à candidatura de Alberto João Jardim à presidência da República, o ex-presidente do Governo Regional assume-se muito satisfeito com a adesão ao projeto nas redes sociais.

“A adesão  é muito interessante e o movimento ainda não tem uma semana, mas o apoio tem sido transversal a várias partes do País, incluindo os Açores. Os comentários e partilhas têm sido imensos e de uma forma geral altamente positivos no seu conteúdo”, afirma André Freitas, porta-voz da candidatura, dando conta de um forte interesse por parte dos jovens.

Com 4632 gostos,  a página de apoio a Alberto João Jardim dá suporte à recolha de assinaturas em curso. André Freitas adianta que o Facebook tem sido muito solicitado como meio de informação, com muitas pessoas  a se voluntariarem para a recolha de assinaturas.

“Estão a ser recolhidas assinaturas em quase todo o espaço nacional. Nesta fase inicial, atendendo a que este movimento tem apenas 6 dias,  temos duas pessoas por distrito. Na Região está a ser criada uma rede pelas freguesias”, refere. Sem adiantar, para já, o número de subscrições, a candidatura de Jardim a Belém diz que futuramente serão feitos balanços “de 20 em 20 dias”.

 Recorde-se que o ex-Presidente do Governo Regional da Madeira admite  entrar na corrida a Belém, embora assuma que lhe faltam duas coisas fundamentais: financiamento e alguns apoios. Jardim que se candidata sob o slogan ‘Para mudar Portugal’ precisa no mínimo de sete mil assinaturas. Contudo,  o ex-governante disse recentemente  só avançar caso alcance as dez mil.

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João Luís Lomelino / Ex-diretor para o futebol do Marítimo

O Marítimo terminou a época não vitorioso mas, com um desempenho muito bom na final da Taça da Liga.

O facto de a final ter sido disputada numa sexta-feira coartou, lamentavelmente, a presença de muitos madeirenses em Coimbra. De qualquer modo, importa realçar que mesmo assim, estiveram presentes cerca de 3.500 apoiantes vindos da Madeira e do resto do País, cuja grande parte eram estudantes que em muito contribuíram para o entusiasmo e para um colorido verdadeiramente contagiantes.

O Presidente do Clube fez todos os possíveis para divulgar este evento e realizou antes do jogo um magnífico almoço na “Mealhada” com todos os convidados, entidades oficiais e “sponsors”. A RTP- Madeira por sua vez, colaborou através de uma extensa reportagem com entrevistas e imagens dos apoiantes que se reuniram na Praça da República para se deslocarem até ao Estádio, num cortejo cheio de alegria e motivação que até surpreendeu os próprios Benfiquistas, que tiravam fotografias e pediam “poncha” (grande publicidade da Madeira !!!)

Sobre o jogo já tudo foi dito e redito, mas como já referi anteriormente o Marítimo realizou uma ótima atuação apenas afetada por um interveniente que não estávamos (ou estávamos) à espera chamado “Xistra”.

A Época terminou e impõe-se pensar seriamente no próximo Campeonato. Segundo consta, o Danilo (grande jogador) vai ser “vendido” o Marega está na calha e o Gallo regressa ao Brasil, as dispensas estão mais ou menos definidas, sem grandes surpresas, na minha opinião.

É tempo de colmatar as saídas e numa apreciação ainda que pessoal considero ser necessário recrutar: um defesa central, um defesa lateral, dois médios e dois avançados, se conseguirmos estes recursos, o plantel fica equilibrado e podemos fazer um Campeonato tranquilo e lutar por um lugar europeu.

Acabar o Estádio é outra meta da Direção, mas esta passa por haver disponibilidade financeira que no atual enquadramento enfrenta algumas dificuldades decorrentes de mais cortes aos subsídios dados aos clubes madeirenses da Primeira Liga.

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Avelino Silva, presidente da ANM

Um dia depois de o AgoraMadeira ter relatado a experiência de Frederico Silva que foi atacado, ao largo de Santa Cruz, por um tubarão azul durante a travessia Madeira-Desertas, a organização do evento desvalorizou a situação.

“Não foi nem episódio nem incidente! Se nós queremos fazer travessias de longas distâncias entre duas reservas naturais onde temos como objetivo promover a biodiversidade e a vida marinha as pessoas que se inscrevem devem perceber que estão num meio aquático. Anormal seria um tubarão aparecer numa levada”, realçou o presidente da Associação de Natação da Madeira (ANM) ao AgoraMadeira.

Avelino Silva congratula-se até pelo aparecimento do tubarão…”Ainda bem que aconteceu isto porque desta forma percebe-se que na Madeira existe vida marinha e que existem duas reservas naturais que são únicas em Portugal. E só temos é de valorizá-las”, destacou o responsável direcionado as atenções para o sucesso da travessia. “A prova correu bastante bem. Os atletas mantiveram a calma e continuaram a fazer a sua prova, muitos deles até nadaram ao lado de golfinhos!”

O presidente da Associação de Natação da Madeira põe mesmo em causa que tenha havido um ataque deliberado da parte do tubarão.

“Para dizermos que um tubarão investiu teríamos de ter uma avaliação muito profunda, provavelmente até com um GPS colocado no próprio animal para perceber as movimentações dele. Não quero com isto dizer que não acredito no que o Frederico disse. Houve, de facto, um impacto mas ninguém pode dizer exatamente o que aconteceu”, sublinhou.

“NÃO HÁ REGISTOS DE ATAQUES!”

Reconhecendo que o que aconteceu “não é uma situação normal”, Avelino Silva lembra que os investigadores da Universidade da Madeira e do Centro de Biologia Marítima do Funchal “têm registos de que há tubarões na Madeira um pouco por toda a ilha mas os mesmos registos dos últimos 500 anos demonstram que as espécies de tubarões que existem na Madeira não são ofensivos e não há registos de ataques!”

O responsável assegura que no momento em que o tubarão rondou o nadador e os canoistas, a organização, através do diretor de prova, juntamente com a Capitania do Funchal e a Polícia Marítima, accionou o procedimento de segurança que foi retirar todos os participantes do mar durante 10 minutos “tendo sido explicado a todos o que tinha acontecido”, sendo que a prova foi retomada logo que houve garantias de que o tubarão já tinha desmobilizado. Avelino Silva diz também que a organização já transmitiu o registo e as coordenadas do local onde o episódio aconteceu às entidades competentes.

Recorde-se que Frederico Silva entende que a organização da travessia a nado, a cargo da Associação de Natação da Madeira e do Iate Clube de Santa Cruz, podia ter dado mais atenção ao incidente.

“A organização minimizou muito a situação. Compreendo que não quisessem manchar, de certa forma, o evento, mas podia ter corrido muito mal para alguém e eu não falo de mim! Era um tubarão grande, persistente e que andava ali a rondar…Disseram que ia estar muito atentos mas ele podia aparecer de repente e fazer danos irreparáveis a alguém”, contou.

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Frederico Silva estava a ser o mais rápido da travessia ao nível individual quando o que parecia impossível aconteceu. “Já tinha nadado mais de uma hora e estava prestes a fazer o segundo abastecimento quando senti uma pancada forte num ombro. A minha reação imediata foi de surpresa a pensar em quem eu podia ter batido quando sabia que não tinha ninguém à minha volta”, começa por contar o nadador que no passado chegou a participar em provas internacionais.

De imediato, ao levantar a cabeça para ver o que que estava acontecer, Frederico deparou-se com um grande movimento na água logo à sua frente mas de imediato um dos canoistas que o acompanhavam num caiaque de apoio o tranquilizou. “Foi um golfinho”, disse o canoista.

A reação imediata de Frederico foi olhar para o fundo para ver o ou os golfinhos…”Quando olhei não vi um golfinho mas sim um tubarão a se dirigir para o fundo. E era grande! Tinha seguramente entre dois a três metros. Quando voltei a olhar para dentro de água deixei de vê-lo”, relata, lembrando que os colegas que o acompanhavam pediram de imediato ajuda via rádio ao barco de apoio que seguia mais à frente.

“Enquanto isso, subi para o caiaque e coloquei-me deitado de barriga para baixo a meio deles os dois, mas o peso era muito e começou a entrar água ameaçando ao mesmo tempo virar a embarcação. Na mesma altura que esperávamos, o tubarão passou o tempo a andar às voltas à volta do caiaque com a barbatana de fora, tipo filme mesmo”, conta.

E porque o tubarão continuava perto e o caiaque ameaçava afundar-se um dos canoistas gritou mesmo para o barco de apoio pedindo para terem cuidado com a ondulação de forma a que o caiaque não virasse, o que acabou por não acontecer. “Foi uma cena dos diabos!” assume.

TUBARÃO AINDA DEMOROU A SAIR DEPOIS DA CHEGADA DO BARCO DE APOIO

Mas Frederico Silva sublinha a persistência do tubarão. “Ele só foi embora quando o barco da organização vai para cima dele insistentemente com os motores do barco. Mas não foi à primeira!”

Frederico e os dois canoistas regressaram então a Santa Cruz a bordo de uma lancha do SANAS e com uma grande história para contar. “Sinto que consegui gerir bem a situação. Os canoistas também foram impecáveis. Afinal de contas estava tudo bem, não se passou nada!”

Apesar do enorme susto, ficou a garantia do regresso ao mar para uma nova aventura, desta feita com destino ao Porto Santo. “No dia passou-me tudo pelo cabeça e cheguei a pensar se devia continuar nestas travessias ou não. Se for racional, as probabilidades de isto acontecer uma vez são remotas mas as probabilidades de isto acontecer duas vezes são ainda mais, e estou em condições de fazer a prova. Se calhar vou pedir que venha um barco com motor comigo na próxima”, sorri.

«CHEGAR AO PONTO DE TOCAR E FICAR A RONDAR NÃO É NORMAL!»

Confiando num futuro sem mais incidentes do género, na mesma o nadador é o primeiro a assumir que tudo o que aconteceu é tudo menos normal! “Segundo me disseram, esta espécie não é vista com muita frequência aqui na Madeira, nem é frequente aparecer onde apareceu. Não é normal e ainda menos normal é aparecer e chegar ao ponto de tocar em alguém. E ficar a rondar também é normal. Dá a sensação que ele poderia estar a pensar em algo mais. Valeu que o caiaque estava pertinho se não podia não ter corrido tão bem”, admite.

E continua. “Segundo me informei, esta é uma espécie muito persistente e que ataca com várias investidas. Primeiro pode dar uma cacetada, depois uma mordidela, depois dá mais uma volta…Enfim!”

«ORGANIZAÇÃO MINIMIZOU MUITO A SITUAÇÃO!»

Frederico Silva entende que a organização da travessia a nado, a cargo da Associação de Natação da Madeira e do Iate Clube de Santa Cruz, podia ter dado mais atenção ao que aconteceu.

“A organização minimizou muito a situação. Compreendo que não quisessem manchar, de certa forma, o evento, mas podia ter corrido muito mal para alguém e eu não falo de mim! Era um tubarão grande, persistente e que andava ali a rondar…Disseram que ia estar muito atentos mas ele podia aparecer de repente e fazer danos irreparáveis a alguém”, conta, reconhecendo: “A organização mandou toda a gente sair da água e suspendeu mesmo a prova durante 10 a 15 minutos até decidirem continuar porque deixaram de ver o tubarão”, constata em jeito de conclusão.

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A tintureira ou tubarão azul é, provavelmente, o tubarão mais abundante ao nível mundial. Considerado o maior migrador entre os tubarões, efetua travessias transatlânticas associadas à alimentação. Já em 1849, o reverendo Richard Thomas Lowe referia a presença deste tubarão nas águas da Madeira. Na Região, tal como nos Açores constitui uma captura acessória da pescaria com palangre de superfície ao espadarte.

É um autêntico torpedo que só perde em velocidade para o Tubarão Mako (40 contra 50 quilómetros por hora). O tubarão azul é assim denominado devido à sua cor azul. Tem grandes olhos e uma longa nadadeira peitoral podendo crescer até aos quatro metros.

Ele adora o mar aberto e raramente se aventura a ficar muito perto da costa ou dos humanos. Viaja milhares de milhas por ano, alimenta-se de lula e pequenos peixes em qualquer lugar desde a superfície até 450 metros de profundidade. Tem apele lisa um nado gracioso, com dentes afiados e serrados. O tubarão azul é considerado o menor tubarão entre os ditos “Grandes Tubarões”, mesmo assim é o 9º mais perigoso para o homem, devido à sua tenacidade, ou seja, é persistente nas suas ações.

COM FOME PODE ATACAR O HOMEM

Quando está com fome, e apesar de ser pouco habitual de acontecer, o tubarão azul pode mesmo atacar o homem. Como é um tubarão oceânico, tem caráter oportunista (o que o coloca quase perto do galha-branca-oceânico em termos de perigo para náufragos e mergulhadores) podendo seguir navios para comer detritos que possam cair na água.

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Francisco Fernandes / Ex-secretário da Educação e da Cultura

Algumas semanas antes do Armistício (Outubro de 1918) Elwood S. Brown, Diretor do Departamento de Athletic Sports do YMCA americano, com base numa bem-sucedida experiência ocorrida anos antes na Filipinas, então envolvendo americanos, filipinos, chineses e japoneses, lança a ideia da realização de uma prova desportiva de massas aberta aos militares dos exércitos Aliados.

Com a ideia a ser adotada pelo próprio General Pershing, Comandante do Exército Aliado na Europa, o convite é dirigido a 29 países, sendo aceite por 18: Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Cuba, Checo-Eslováquia, França, Grã-Bretanha, Grécia, Guatemala, Haiti, Hejaz, Honduras, Itália, Japão, Libéria, Montenegro, Nicarágua, Terra Nova,  Nova Zelândia, Panamá, Polónia, Portugal, Roménia, Rússia, Sérvia, Sião e África do Sul.

Através dos Jogos Interaliados – jogos abertos apenas à participação dos militares dos exércitos Aliados – se faria a transição da Guerra para a Paz, preenchendo-se o vazio em que a guerra deixara o movimento olímpico, então à beira de completar 25 anos, e que motivara o cancelamento dos Jogos da VI Olimpíada, anteriormente previstos para 1916, em Berlim.

Importa analisar a posição do COI que se vê, por um lado, ameaçado com a perspetiva de um evento à dimensão dos Jogos de Londres e de Estocolmo, e com uma possível perda de influência ou, por outro, com uma visão otimista decorrente da possibilidade de valorização do ideal Olímpico, enquanto promotor da paz e da concórdia, potenciando o impacto de futuros Jogos, desde logo os de Antuérpia, programados para 1920.

Noutra perspetiva, interessa aprofundar o caso particular da representação portuguesa, a interação com a comunidade, o envolvimento militar e civil, o impacto junto da comunicação social e a intervenção do associativismo desportivo, matérias que nos levariam a uma exposição mais extensa e que, aqui, apenas afloraremos.

A forma de organização, as infraestruturas, as disciplinas desportivas e os resultados desportivos, completariam a abordagem desta temática em que o Desporto se cruza com a Guerra e com a Paz.

Importa, porém, proceder a uma breve contextualização e referenciação de precedentes históricos.

Remonta a primeira experiência em que o Desporto é um instrumento de transição entre a guerra e a conciliação entre os beligerantes, à guerra Filipino-Americana que, entre 1899 e1902, vitimara cerca de 20.000 militares e 1.500.000 civis.

Terminada esta guerra, Elwood S. Brown, diretor de Educação Física do YMCA, é mandado para Manila (Filipinas), para ver o que poderia ser feito em termos de prática desportiva envolvendo a população civil americana e, mais tarde, cativando os nativos.

Naturalmente que o basebol estava muito em voga entre os civis americanos e os soldados estacionados nas ilhas. No entanto não atraiu, enquanto desporto coletivo, a grande maioria dos filipinos.

Foi com o voleibol que o entusiasmo dos militares americanos e, depois, dos nativos, se desencadeou, quer neste, quer em outros desportos.

Aproveitando o entusiasmo, Brown organiza os primeiros jogos entre Filipinos e Americanos e, em 1912, a pretexto do Desporto, os japoneses entram pela primeira vez na Filipinas. Em 1913 é vez da China.

O desporto venceu a antipatia ancestral entre as três raças.

No espaço europeu, primeiro, e depois à escala mundial, desencadeiam-se os incidentes que conduziram à primeira Grande Guerra.

Em 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro em visita oficial a Sarajevo, Bósnia-Herzegovina, e sua mulher, foram assassinados durante um desfile, por um estudante bósnio em protesto contra o domínio austro-húngaro. Este episódio foi a espoleta do conflito bélico que se seguiu.

As tropas austro-húngaras, como represália, invadem a Sérvia. Em resposta, a maioria dos países europeus mobilizou-se. A Rússia, aliada da Sérvia, mobilizou seus exércitos para a guerra.

A Alemanha declara guerra à Rússia e à França. Por sua vez, a Inglaterra declara guerra à Alemanha, enquanto a França invade a Bélgica.

Logo de seguida, e tudo isto em menos de uma semana, o Império Austro-Húngaro declara guerra à Rússia. Ficam criados dois blocos: de um lado o Império Britânico, a França, o Império Russo (até 1917, devido à revolução bolchevique) e os Estados Unidos (a partir de 1917) e, do outro, o Império Alemão, o Império Austro‑Húngaro e o Império Turco‑Otomano, envolvem-se num conflito que dura até 11 de Novembro de 1918.

Portugal, inicialmente neutral, acaba por se envolver no conflito após, sob influência britânica, ter apresado barcos alemães que se encontravam em águas portuguesas. Em consequência, em 9 de março de 1916, a Alemanha declara guerra a Portugal.

No esforço de guerra Português, foram mobilizados 200 mil homens, saldando‑se em perto de 10 mil o número de mortos. A unidade nacional saiu comprometida e a instabilidade política acelerou.

A organização dos VI Jogos Olímpicos, em 1916, havia sido atribuída à cidade alemã de Berlim. Todavia, o quadriénio olímpico não pôde ser respeitado devido ao eclodir da Guerra, que envolveu 28 países, apesar de Guilherme II ter tentado, em vão, uma trégua olímpica que permitisse a realização do evento em duas semanas. Apesar disso, foi possível reunir na Sorbonne, em Paris, os representantes dos países beligerantes e celebrar, olimpicamente, o vigésimo aniversário do Comité Olímpico Internacional.

Calcula-se em 9 milhões o número de mortos, e em 30 milhões, o número de feridos contabilizados no final da Primeira Guerra Mundial.

Em 1918, o já mencionado Elwood S. Brown, diretor de Educação Física do YMCA, integrava o exército americano na Europa. Brown vê no exército Aliado multidões de homens ligados por ideais comuns, mas espalhados pela Europa. Acreditou que, depois da vitória, eles deviam estabelecer amizades mais duradouras que contribuíssem para construção de uma paz duradoura.

De que maneira poderiam esses homens ser reunidos de forma mais harmónica e natural? A resposta pareceu-lhe óbvia: como atletas!

A partir desta ideia inicial, não foi difícil convencer o General Pershing, o comandante supremo das forças aliadas, que logo anuiu à proposta e convidou os países Aliados a aderir aos Jogos Atléticos Interaliados que se realizariam no Colombus Stadium, nos arredores de Paris, em junho de 1919.

Em Portugal, porém, não obstante a pronta aceitação do convite, instala-se a polémica quanto à constituição das equipas… É a comunicação social que acaba por liderar a contestação e é desta que partem as propostas no sentido de ver a representação portuguesa reforçada.

Recorde-se que os jogos eram dirigidos aos militares e que nem todos os desportistas de eleição tinham sido mobilizados, isto é, não eram militares. É então que surge a ideia lançada pelo jornal “Os Sports”: “Se os nossos melhores esgrimistas não estão mobilizados, que de qualquer forma se arranje maneira de os militarizar, como se está fazendo em outros países”.

A posição defendida pelo jornal “Os Sports” acaba por vingar e são atribuídas patentes militares aos nossos melhores esgrimistas, a fim de poderem integrar a representação portuguesa aos jogos. De um número considerado elevado de potenciais participantes, caminhou-se para uma representação mais razoável e adequada a um país exangue e vítima do esforço de guerra. Deste modo vão a Paris 47 atletas em vez dos 80 inicialmente previstos. Em particular no caso da esgrima, a equipa final é a que foi proposta pelo referido jornal e não a inicialmente proposta pelas estruturas militares.

Deste modo, de 22 de junho a 6 de julho de 1919, sete meses após o Armistício, os Jogos Interaliados são a primeira manifestação desportiva internacional do pós-Guerra. Das dezoito nações participantes, chegam a Paris cerca de 1500 atletas.

Os jogos Interaliados – Jogos de Pershing como ficaram também conhecidos – sucedem aos Jogos Olímpicos de 1916, que não se realizaram por motivo da coexistência com um período de guerra à escala do planeta, e anunciam os 1920, em Anvers.

Qual a relação do movimento olímpico internacional face a esta iniciativa americana em território francês? A literatura disponível coloca duas hipóteses: Ou foram encarados como uma expressão do ideal olímpico, ou foram considerados uma ameaça à organização de Coubertin.

O silêncio inicial do COI e do seu presidente apontam preferencialmente para a segunda possibilidade, tanto mais que o COI estava particularmente empenhado na organização dos Jogos de Anvers, previstos para o ano seguinte, os quais deveriam representar o renascer do brilhantismo das duas últimas edições. Porém, Coubertin, doze anos depois, nas suas Memórias Olímpicas, admite que o evento teve, para ele, o valor de um teste para o primeiros jogos do pós-guerra que acabaram, como previsto, tendo lugar em Anvers, em 1920.

A competição desportiva nos Jogos Interaliados procurou ser um sucedâneo ao processo beligerante que há pouco terminara. O Desporto cumprira o seu desígnio de concórdia e harmonia, não obstante o recente conflito e o espírito bélico não estarem completamente ausentes, ainda que entre forças aliadas no campo de batalha, verificando-se que, pontualmente, a competição revelou processos complexos de identificação social e patriótica, que conduziram alguns atletas a ultrapassar os limites da regulamentação desportiva, de que foi exemplo, a final do jogo de rugby entre a França e os Estados Unidos, que terminou em pugilato.

A este propósito Alan Muhr, La vie au grand air (1907), já havia sido bem eloquente, referindo-se ao Desporto: «Isto é o que se pode fazer de melhor, sem espadas e revólveres».

Bibliografia:

COI, Archives historiques , Centre d’Études Olympiques.

GROENEN, 2006, Histoire du Sport, Relacions Internacionales, et Influences Étrangères, FSSEP, Lille.

HYTHE, HANSON, BURGER, 1919, The Iner-Allied Games – 1919.

KRUGER, 1997, Forgotten Decisions: The IOC on the Eve of World War I, OLYMPIKA, Vol. VI, 1997

LEMES & SANFELICE, 2003, A Política e o Olimpismo, RGS, Brasil, 2003

LOUDCHER, 2006, Penser la violence en sciences sociales du sport, Esporte e sociedade, 2 Mar2006/jun2006

PINHEIRO, 2005, Imprensa desportiva portuguesa: do nascimento à consolidação (1893-1945), Ler História, 49.

PIRES, 1996, Desporto e Política – Paradoxos e Realidades. Madeira: O Desporto.

TERRET, 1999, Le Comité International Olympique et les olympiades militaires” de 1919, Olimpyka,  Vol VIII, 1999.

TERRET, 2002, Les Jeux interalliés de 1919 – Sport, guerre et relations internationales, L’Harmattan, Paris.

 

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A travessia a nado entre a Madeira e as Ilhas Desertas vai sofrer alterações para 2016, começando desde logo pela data do evento, mas as mudanças na prova podem ser maiores num futuro próximo.

“Considerando o sucesso da prova, a Associação de Natação da Madeira (ANM) e o Iate Clube de Santa Cruz entidades organizadores do evento, estudam já uma nova data para o ano, esperando que um dia esta prova possa fazer parte do calendário internacional das grandes ultra maratonas aquáticas”, revela Avelino Silva, presidente da Associação de Natação da Madeira.

Recorde-se que na sequência dos 500 anos do concelho de Santa Cruz, e aproveitando para divulgar e promover a Reserva Natural das Ilhas Desertas, a Associação de Natação da Madeira e o Iate Clube de Santa Cruz organizaram este dia 10 a travessia a nado entre a Madeira e as Ilhas Desertas.

“Divulgar a importância que as ilhas possuem enquanto pólo de atração para a atividade desportiva e turística, aliada a um trabalho de conservação da biodiversidade, foi um dos grandes objetivos”, explica o presidente da Associação de Natação da Madeira que analisa desta forma o andamento da prova.

“No primeiro terço da travessia o grupo manteve-se muito homogéneo, pois a prova, com uma distância de 25 km, exigia no inicio muita ponderação táctica. Realizada a primeira metade da prova, e depois dos nadadores passarem a parte protegida pela Ponta de São Lourenço, começou a existir alguma corrente de mar contra, descolando-se então os mais nadadores mais rápidos passando a ficar um grupo mais atrasado.
Nesta altura, o grupo mais lento, acabou por não conseguir progredir, ao ponto de não conseguirem atingir a prova no tempo limite estipulado pela organização, que era de nove horas”, conta.

Na reta final, Mário Bonança, que nadava em estafeta com Duarte Paulini, terminou na primeira posição da geral, completando a prova em 5h15:16.51. De seguida, cortou a meta Colin Hill com o tempo de 6h04:32.85, vencendo a categoria individual, tornando-se no primeiro nadador a completar o percurso na totalidade, sem fato isotérmico.

O melhor madeirense foi Humberto Gonçalves com o tempo 6h46:05.08 e a melhor nadadora foi Carla Patrícia com o tempo de 7h32.09.39, ambos repetentes nesta prova, pois realizaram-na em 2013.

Classificação FINAL GERAL

1.º Duarte Paulini/Mário Bonança: 5h15:16.51
2.º Colin Hill: 6h04:32.85
3.º Emanuel Gonçalves/Mafalda Freitas: 6h22:43.08
4.º Humberto Gonçalves: 6h46:05.08
5.º Paulo Silva: 7h20:05.71
6.º Aurélio Góis: 7h23:23.07
7.º Carla Patrícia: 7h32.09.39
8.º Carolina Ornelas/Catarina Alves: 9h05:44.76
9.º Ricardo Jardim: DNF
9.º João Pereira: DNF
9.º Marco Silva: DNF
9.º Sérgio Pereira: DNF
9.º Frederico Silva: DNF

Classificação INDIVIDUAL

1.º Colin Hill: 6h04:32.85
2.º Humberto Gonçalves: 6h46:05.08
3.º Paulo Silva: 7h20:05.71
4.º Aurélio Góis: 7h23:23.07
5.º Carla Patrícia: 7h32.09.39

Classificação ESTAFETAS

1.º Duarte Paulini/Mário Bonança: 5h15:16.51
2.º Emanuel Gonçalves/Mafalda Freitas: 6h22:43.08
3.º Carolina Ornelas/Catarina Alves: 9h05:44.76

Classificação FEMININOS

1.º Carla Patrícia: 7h32.09.39

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A escola EB123/PE do Curral das Freiras entregou ontem os diplomas e certificados dos alunos que se distinguiram pelo seu mérito escolar. A cerimónia contou com a presença do diretor regional de Educação Marco Gomes, assim como de representantes da junta local e de algumas câmara municipais.

Centenas de pessoas passaram pelo recinto das diversas e variadas atividades que se iniciaram às 14 horas e terminaram já perto da meia noite.

Foi este o programa realizado:

– Eleição da Miss Escola 2015

– Concurso de Jovens Talentos

– Entrega de Diplomas aos melhores alunos

– Entrega de Certificados dos alunos que concluíram cursos em 2014

– Diplomas das Olímpidas da EB123/PE do Curral das Freiras1

– Atuações Musicais de alunos

– Rancho Folclórico da Associação do Refúgio da Freira

– Grupo de Cordas da Casa do Povo da Fajã da Ovelha

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Gonçalo Santos / Profissional de comunicação

Em Moçambique, 66,5% da população tem menos de 25 anos. Esta será uma das nações mais jovens do mundo. Com taxas médias de crescimento económico de 15%, nos últimos dez anos, o país começa a ser olhado com interesse por grandes investidores internacionais, em várias áreas. O facto de Moçambique ser um dos estados mais ricos do globo no que respeita ao gás natural – as reservas disponíveis dariam para sustentar, em conjunto, dois países com a dimensão da França e da Alemanha, durante duas décadas – e ao carvão, que sustentaria toda a União Europeia durante 25 anos, ajuda a avivar o interesse.

Moçambique tem um potencial turístico impressionante. A costa é belíssima, as reservas naturais são relevantes, a população é extraordinariamente simpática, na generalidade, o que compensa sobremaneira as insuficiências do serviço.

No que respeita à cultura, os jovens artistas moçambicanos começam a perceber a importância de construir uma linguagem própria, muito influenciados pela figura ímpar que foi Malangatana e cada vez mais longe dos estereótipos da guerra. Basta ir ao Núcleo de Arte, em Maputo, para perceber a vibração.

A ex-colónia portuguesa pode dar algumas lições ao mundo. Uma delas é sobre tolerância religiosa. Por cá, muçulmanos, católicos, ateus e crentes de outros deuses coabitam sem o mínimo atropelo. Sem qualquer tipo de discriminação.

Porém, nem tudo são rosas. Moçambique é formalmente uma democracia, necessitando, porém, de dar passos rumo a uma “normalização democrática”, o que não deixa de ser compreensível, face à história dos primeiros anos de independência. A imprensa verdadeiramente livre é minoritária. A corrupção é visível, mesmo a um recém chegado.

As infraestruturas são fracas ou nem existem. O país tem uma rede de estradas insuficiente. Sair de Maputo, muitas vezes, significa percorrer horas infindáveis em picadas de terra.

Os transportes públicos (autocarros) são residuais, mesmo na capital. A maioria dos moçambicanos apinha-se em “chapas” ou na carga de veículos de caixa aberta, por cá conhecidos como “my love”. Segurança e conforto são conceitos muito relativos.

As disparidades sociais são enormes, mesmo vistas à lupa de um europeu do sul. A percentagem de literacia é de 50,6% (inferior à media da África subsariana, que é de 58,9%). A taxa de abandono escolar no decurso do ensino primário atinge o impressionante score de 69,4%. Cerca de 69% da população vive em áreas rurais e desta, 81% vive da agricultura de subsistência. A taxa de desemprego é de 22,5% e a economia informal alimenta 75% dos moçambicanos, representando aproximadamente 40% do total do PIB do país.

Se tivesse de descrever os nossos irmãos de Moçambique, alegria seria a primeira palavra que me ocorreria. Gostam de música, de dança, de festa. E de falar. Muito. Com qualquer pessoa que encontrem. É quase impossível dar com um moçambicano calado.  A não ser que esteja a dormir.

São dos povos menos individualistas que já vi. Todas, ou quase todas as atividades, são feitas em grupo. Cantam, dançam, viajam, riem, choram,  comem, nascem, morrem, vivem, em grupo.  Daí que a noção de privacidade seja uma espécie de corpo estranho.

“Acreditas no futuro deste país”? perguntaram-me recentemente.

Não consegui responder sem alguns “ses”. Se a paz se mantiver, sendo para isso necessário diminuir as assimetrias sociais. Se a corrupção for mais controlada – neste aspecto, as notícias nos jornais dão conta de diversas ações com esse objetivo. Se os índices de abandono escolar caírem a pique. Se o ensino melhorar. Se as infraestruturas começarem a ganhar forma. Se, se, se…

Gostaria de dizer que sim, que acredito plenamente que Moçambique tem um futuro promissor. Mas digo “sim, se”. Resumindo, tenho uma espécie de crença… condicional. Mas gostava muito que este país se desenvolvesse. Afinal, gosto (mesmo muito) dele.