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A partir do próximo dia um de março, passa a haver tarifas para a confeção do cozido das Furnas e utilização do espaço envolvente à lagoa. A decisão, anunciada pela Câmara Municipal da Povoação, está longe de ser pacífica, conforme pôde constatar o AgoraMadeira.

De um lado, estão os defensores da aplicação de tarifas na lagoa das Furnas que acreditam ser justa a implementação do princípio utilizador-pagador. É o caso de Nuno Sá, para quem é tempo de “as pessoas se habituarem à ideia que o Estado não pode, nem deve sustentar tudo e mais alguma coisa”. Do outro lado, estão pessoas como Adelino Castanha que temem o afastamento de visitantes daquele que é um dos principais pontos turísticos de São Miguel.

Bastante contestada pelos habitantes locais, a medida impõe tarifas de entrada, de panela de cozido e de estacionamento, estando os residentes nas Furnas isentos.

“A entrada custará 50 cêntimos, por pessoa, com isenção a crianças até 12 anos, aos residentes na Freguesia das Furnas e a todos quantos possuam o ‘Cartão Amigo’ do Parque da Direção Regional do Ambiente. Estão ainda isentos o portador do cozido, os guias turísticos, os empresários da restauração e dos táxis e os condutores de autocarros”, adiantou o município, numa nota de imprensa.

Três euros por panela
Os cozidos custarão aos particulares três euros por panela e aos empresários da restauração 2,5 euros por panela. Já o estacionamento será pago entre as 8:00 e as 20:00, ficando isentos os autocarros, os táxis e os veículos da restauração.

Recorde-se que o cozido das Furnas é um dos pratos gastronómicos mais conhecidos da ilha de São Miguel e tem a particularidade de ser cozinhado em covas no solo e com o calor natural que é libertado pela atividade vulcânica existente no interior da terra.

A confecão deste prato conhecido em todo o território nacional passa então a obedecer a novas regras. A Câmara Municipal da Povoação anunciou ainda que a 01 de março abrem também os serviços municipais na lagoa das Furnas para “atendimento e apoio aos visitantes, de transporte das panelas dos cozidos, de manutenção e limpeza, de guarda e fiscalização, durante 24 horas”.

Além dos “quatro colaboradores habituais que transitam da Direção Regional do Ambiente”, a Câmara Municipal da Povoação “vai destacar mais 17 colaboradores” para “otimizar” os serviços aos visitantes, das 08:00 às 20:00, entre março e final de maio, e entre as 06:00 e as 20:00 a iniciar em junho”.

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Pedro Trindade / Economista

Seguindo o pensamento do último artigo, agora o BCE vai poder comprar dívida dos estados membros da EU. E como andam para aí políticos a falar “temos que ter mecanismos para compensar as assimetrias geradas pelo Euro”. E trocando isto por miúdos, vou tentar esmiuçar a questão a modos de um bom português do povo.

Vamos lá ver, quando o Banco Central faz política monetária expansiva, “derrama” moeda sobre a economia e faz baixar o custo de pedir dinheiro emprestado para se investir, ou seja, é quando se costuma ouvir dizer que o Banco Central baixou as taxas de juro. Quando esta política ocorre, por haver mais euros, há uma valorização das moedas estrangeiras, o que para certas exportações é bom. E o caso Português é um bom exemplo, quando o euro fica mais “barato”, aumentam as exportações de calçado, têxteis, vinho, azeite, turismo, estas áreas em que somos bons.

Tudo isto acontece por sermos uma pequena economia, muito exposta ao resto do mundo, e que por um simples empurrão do Banco Central se torna mais competitiva. No entanto, quando temos economias na nossa Zona Euro que são Grandes, e quando digo grandes digo o maior exportador do mundo em termos de bens de valor acrescentado tipo BMW, Mercedes-Benz, e Audi Volkswagen, estas políticas monetárias já não são tão clarividentes. Pois nenhum destes gigantes fica muito contente quando vê os seus preços a serem pressionados.

Concluindo outra vez em economia, uma medida que beneficia um estado membro pode não beneficiar o outro estado membro, pois apesar de pertencerem ao mesmo espaço monetário, os seus níveis de desenvolvimento são bem diferentes, pois ajustar a produção de BMW de um dia para o outro não é a mesma de ajustar um litro de azeite.

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Caso o PSD-Madeira vença as eleições regionais do próximo dia 29 de Março, Miguel Albuquerque pretende contar com figuras bem conhecidas da nossa praça pública, nos mais variantes quadrantes profissionais, para formar Governo.

sobreOcandidato

Para além de assumir a presidência do Governo Regional, Miguel Albuquerque poderá ficar com a alçada da Cultura e ocupar-se ele próprio dos assuntos relacionados com o Porto Santo. O AgoraMadeira apurou também que Carina Bento, licenciada em Gestão do Património Cultural, é uma forte possibilidade para trabalhar diretamente com o presidente na função de subsecretária.

Como braço-direito do possível chefe do executivo madeirense, é apontado o nome de Sérgio Marques, num cargo que poderá ser um pouco diferente daquele anteriormente ocupado por João Cunha e Silva. Neste caso, o social-democrata terá sob a sua responsabilidade direta os Assuntos Parlamentares e a reforma do sistema político – uma das suas bandeiras eleitorais.

Sérgio Marques deverá ainda acumular os Assuntos Europeus, tendo em conta o forte conhecimento que tem desta área em virtude da experiência de largos anos como euro-deputado.

Para o economista Eduardo Jesus, poderá estar destinada a secretaria do Turismo e Transportes, sendo que Kátia Carvalho perfila-se para o cargo subsecretaria do Turismo, tendo em conta a experiência de sete anos enquanto responsável máxima pela Associação de Promoção da Madeira.

Na área da Saúde, tudo aponta para que haja uma separação dos Assuntos Sociais, com o nome de Manuel Brito a ser uma forte hipótese para o cargo de secretário da Saúde e Rubina Leal a poder ser a próxima secretária dos Assuntos Sociais. Faria Nunes é apontado para as funções de diretor clínico do SESARAM.

A secretaria das Finanças e da Administração Pública deverá ficar a cargo de Pedro Calado, sendo possível que o economista Jorge Vale assuma uma pasta desta secretaria.

Nova Secretaria de Economia e Jorge Carvalho no Desporto
Fontes contactadas pelo AgoraMadeira, dão conta que Jorge Carvalho será a escolha de Miguel Albuquerque para a secretaria da Educação e do Desporto, já Susana Prada é apontada como uma forte hipótese para a secretaria do Ambiente.

A agricultura, com Humberto Vasconcelos, poderá sair do Ambiente e passar a subsecretaria numa futura pasta da Economia, em princípio liderada por Fernanda Cardoso. O facto de a agricultura ser um dos sectores que mais exige em termos de negociação europeia justifica, porventura, que fique sob alçada da ainda directora regional do Assuntos Europeus.

No geral, é certo que haverá um número significativo de subsecretarias com menos direções regionais em relação às que existem atualmente.

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A grande noite de Hollywood ficou marcada por um empate técnico: ambos nomeados em nove categorias, Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância), do mexicano Alejandro González Iñarritu, e Grand Budapest Hotel, de Wes Anderson, receberam quatro troféus cada na 87ª edição dos Óscares da Academia. Contudo, a vantagem foi mais para Birdman, que conseguiu o título de Melhor Filme e de Melhor Realizador.

Cá está a lista de todos os vencedores desta madrugada:

Melhor filme: Birdman

Melhor realizador: Alejandro G. Iñárritu, Birdman

Melhor ator: Eddie Redmayne, A Teoria de Tudo

Melhor atriz: Julianne Moore, Still Alice

Melhor ator secundário: J.K. Simmons, Whiplash

Melhor atriz secundária: Patricia Arquette, Boyhood

Melhor argumento original: Birdman

Melhor argumento adaptado: O Jogo da Imitação

Melhor filme de animação: Big Hero 6

Melhor canção original: Selma

Melhor banda sonora: Grand Budapest Hotel

Melhor guarda-roupa: Grand Budapest Hotel

Melhor caracterização: Grand Budapest Hotel

Melhor cenografia: Grand Budaspest Hotel

Melhor montagem: Whiplash 

Melhor mistura de som: Whiplash 

Melhor fotografia: Birdman 

Melhores efeitos visuais: Interstellar 

Melhor edição de som: American Sniper

Melhor filme estrangeiro: Ida 

Melhor documentário: CitizenFour 

Melhor curta-metragem: Phone Call

Melhor curta de animação: Feast 

Melhor curta documental: Crisis Hotline: Veterans Press 1

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Um atentado suicida, cometido por uma menina de aproximadamente 7 anos, causou ontem 5 mortos e 19 feridos, na cidade de Potiskum (norte da Nigéria).

A criança trazia os explosivos presos ao corpo e acionou os detonadores ao entrar num mercado que encontrava-se cheio no momento do atentado.

Buba Lawamn, um homem que estava no local, declarou à AFP (Agence France-Presse), que a menina entrou normalmente no mercado, caminhou um pouco e em seguida ocorreu a explosão.

Lawamn informou ainda que as equipes de socorro confirmaram a morte de 5 pessoas, outras 19 pessoas ficaram gravemente feridas e foram levadas para hospitais próximos ao local do atentado.

Até o momento, nenhuma organização reivindicou a responsabilidade pelo ataque, que tem semelhança aos praticados pelo Boko Haram e aumenta os temores de que o grupo extremista islâmico nigeriano esteja usando vítimas de sequestro como suicida.

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Manuel Pedro Freitas / Pediatra

Manuel, nome fictício, nasceu algures em São Vicente, localidade também fictícia, há 83 anos. Nos anos 50 do século passado emigrou com destino à Venezuela e, por lá ficou. Nunca casou, muito provavelmente porque o trabalho ganhou dianteira nas suas preferências e, estando na companhia de outros familiares, a necessidade de partilhar a sua vida com uma companheira ou esposa nunca foi uma necessidade. Também, talvez pela mesma razão, rapidamente esqueceu os amigos e familiares deixados para trás, cortando, talvez de forma inconsciente, todos os laços com a sua terra natal.

Com o passar dos anos e o eclodir dos primeiros sinais de velhice, a quebra de produtividade e as primeiras lacunas de memória, de membro ativo e contributivo para o orçamento familiar, passou a constituir um peso, ao ponto de o despacharem para a Madeira, tal como se de uma encomenda se tratasse.
Para o efeito, adquirem uma passagem sem regresso entre a Venezuela e a Madeira e colocam-no dentro do avião. Acompanham-no o espólio de uma vida constituído por uma pequena mala de mão, onde algumas peças de vestuário se podiam movimentar à vontade e uma carteira de bolso com 150 euros, 300 bolívares e um pequeno “bilhete” contendo a inscrição de um número de telemóvel que se soube, mais tarde, ser de uma sobrinha que nunca tinha visto o tio mais magro ou mais gordo e que até o julgava falecido.Ao chegar à Madeira, Manuel, não sabia quem era nem onde estava e, a solução foi entregá-lo aos cuidados dos Serviços Sociais Regionais.

Maria, também nome fictício, é outra “velha” abandonada no hospital pela família numa altura em que se tornou senil e dependente. Um dia, para surpresa dos prestadores de cuidados hospitalares, os familiares foram buscá-la. Contudo, dois dias depois, o tempo necessário para fazer prova de vida e continuarem a receber a reforma, voltaram a abandoná-la no mesmo local.

O Francisco, também nome fictício, era um “velho” que, relegado à situação de dependente de terceiros, passou a ocupar um quarto de uma pobre residência onde a filha, anualmente, fazia o presépio. Com o Natal e chegado o momento de o fazer, mas estando o quarto ocupado logo tira da cartola que nem um mágico a solução: Despejar o “velho” e depositá-lo no hospital durante o tempo suficiente para fazer, admirar e desmanchar o presépio.

Estas três histórias são exemplos das muitas centenas de situações de abandono dos “velhos” nos hospitais, mas não das suas reformas, onde se misturam muitos outros casos dramáticos de falta de condições físicas, financeiras e humanas para, nos domicílios, lhes prestar cuidados.

Numa altura em que a legislação parece dar mais direitos aos animais do que aos “velhos” e onde, em consonância com esta nova filosofia de ver o mundo, surgem em catadupa movimentos e partidos protetores dos animais, julgo importante refletir sobre esta temática. Permitam-me, por isso, a minha provocação com a seguinte questão: Será que os “velhos” também não merecem um tratamento legislativo pelo menos igual ao que foi recentemente protagonizado para os animais?

Hoje, em virtude da melhoria dos cuidados de saúde, vive-se mais tempo. Contudo, como nem sempre viver mais tempo significa viver sem limitações, a velhice está, na maior parte das vezes, associada a muita dependência de terceiros. Contudo, nem as habitações estão preparadas para lidar com estas situações e nem sempre os familiares, porque têm de sair para trabalhar, têm disponibilidade para lhes prestar cuidados ou pagar a uma pessoa que o faça e, muito menos, para os colocar em lares. Para além disso, muitos idosos, devido ao seu grau de dependência ou à logística necessária para lhes prestar cuidados, obrigam a esforços redobrados, muitos eles inacessíveis ou incomportáveis à maior parte das famílias.

A atitude para com os idosos tem-se vindo a modificar ao longo dos anos, pelo que se torna necessário compreender esta transformação para que também se possam tomar medidas adequadas a um final de vida com alguma dignidade.

De problema de resolução estritamente familiar, o “velho” passou definitivamente a ser um problema do Estado e dos seus organismos de Segurança Social. Não há volta a dar! Sem meios ou condições para cuidar dos seus idosos não autónomos, as famílias transferiram essa responsabilidade para infraestruturas sociais, nomeadamente para lares. Na sua impossibilidade, quer por falta de vaga ou de condições financeiras, recorrem cada vez mais ao seu abandono nos hospitais. Ainda que os mais lúcidos vejam a opção dos seus familiares com muita mágoa, nada podem fazer porque não têm meios nem destreza física para uma vida autónoma. Para outros, este “abandono” significa uma espécie de taluda uma vez que passam a beneficiar de melhores cuidados.

É pois importante compreender o que leva uma família a abandonar um familiar seu no hospital, às vezes pai, mãe, avó, sogro ou sogra, em vez de os recriminar. É importante providenciar soluções que venham de encontro às atuais mudanças de atitude perante a velhice e que, naturalmente, implicam não só medidas que retardem os efeitos do envelhecimento mental e físico, como também a construção de espaços condignos e bem infra-estruturados para os receber quando a dependência começa a ser crítica e os familiares não lhes possam prestar os cuidados necessários.

Porque o número de abandonos nos hospitais não pára de crescer, mas as suas reformas continuam a ser pagas aos seus familiares, há quem defenda, e bem, com o objetivo de travar este tipo de comportamento, que as reformas sejam também transferidas para o hospital. Contudo, esta solução para além de não ter grandes efeitos práticos, naqueles casos em que resulta, só resulta porque os familiares vão atrás do dinheiro. Não poderemos esquecer, no entanto, que o “velho”, continua a ser “persona non grata” em casa, porque dá maçada e, por isso, corre o risco de ser alvo de maus tratos. As entidades públicas ficam satisfeitas porque com uma simples medida desocuparam uma cama do hospital, mas esquecem-se que condenaram o “velho” a uma “vida de cão” e que nenhum dos ativistas pela defesa dos animais irá denunciar esta situação à PSP ou à GNR.

Apesar de hoje, a generalidade das autarquias estar a fazer avultados investimentos no apoio à terceira idade, através de centros de dia com o objectivo de lhes melhorar a qualidade de vida e de retardar os efeitos do envelhecimento dos idosos independentes ou com dependências ligeiras é importante que também focalize mais a sua intervenção nos dependentes.

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As cantoras Vânia Fernandes e Petra Camacho são duas das vozes que aninam, no próximo dia 13, o espetáculo solidário ‘Há Estrelas que brilham’, uma iniciativa da Cáritas Diocesana do Funchal, com vista a apoiar famílias carenciadas.

Agendado para as 21h30, este evento conta com a apresentação da repórter Valentina Jesus e do nosso colaborador Tiago Góes Ferreira, repórter da RTP 1.

Para além de Vânia Fernandes e de Petra Camacho, vão atuar no palco do Casino, os madeirenses Diogo Garcia, vencedor do ‘The Voice Kids Portugal’, Maria Nuno Marques e Pedro Garcia, ambos participantes do ‘The Voice Kids Portugal’.

O Externato da Apresentação de Maria e a Banda Militar da Madeira em parceria com a orquestra de sopros da Direção de  Serviços de Educação Artística e Multimédia são outras das ‘estrelas’ que vão brilhar, no auditório do Casino da Madeira, já no próximo dia 13 de Março.

Já sabe: ao participar, está ajudar! Os bilhetes podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro Municipal Baltazar Dias, no Centro Comercial Fórum Madeira, no Posto de Turismo da Avenida Arriaga ou no Centro de Congressos do Casino, no dia do espetáculo.

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O grupo extremista Estado Islâmico divulgou, este domingo, um vídeo de um desfile em que prisioneiros enjaulados são apresentados a uma multidão pelas ruas do Iraque.

O vídeo divulgado não mostra execuções, mas os 21 reféns são apresentados em um desfile como 16 membros das forças peshmerga, dois oficiais do Exército iraquiano e três policiais de Kirkuk, uma cidade localizada a 240 km ao norte de Bagdad.

As imagens foram divulgadas pela rede americana CNN e pelo jornal britânico Daily Mail que não garantem, contudo, a autenticidade do vídeo.  Nas imagens, um homem com um microfone estampado com o símbolo do Estado Islâmico entrevista parte dos prisioneiros, que dizem ser “peshmerga”, como são chamados os soldados curdos. A maioria dos entrevistados afirma ser de Kirkuk.

No seu site, o canal O Globo lembra que a divulgação deste vídeo lembra as imagens do piloto jordaniano Moaz al-Kassasbeh, queimado vivo em uma aula, de acordo com um vídeo divulgado pelo grupo a 3 de fevereiro.

Recorde-se que, no passado sábado, a agência EFE deu conta que 43 moradores da região iraquiana de Al Bagdadiya – na maioria policiais e integrantes dos Conselhos de Salvação (milícias sunitas pró-governo) – foram trancaram em uma jaula e queimados vivos.

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Os madeirenses fixaram ontem os olhos numa nuvem de formato diferente idêntica à que surgiu no céu da Madeira no final do ano passado.

Os bordos bem definidos e a aparência claramente distinta das nuvens normais são características das nuvens lenticulares cuja formação foi explicada ao AgoraMadeira por Victor Prior, diretor  do Observatório Meteorológico do Funchal.

“Segundo as imagens que vi pareceram-me duas nuvens lenticulares semelhantes às que foram vistas no final do ano passado. Por estarem muito próximas uma da outra o formato ficou ainda mais diferente”, começou por explicar o responsável, dando conta de como se formam as estranhas nuvens.

“Tem a ver com o movimento de ar e com as caraterísticas termodinâmicas das massas de ar. Está relacionado com a temperatura, com a humidade e com o vento (se é horizontal ou vertical). É o conjunto de tudo isso, conjugado com as carateristicas orográficas da ilha da Madeira e a forma como o vento se move”, esclareceu.

Victor Prior assume que este não é um fenómeno que aconteça com grande frequência. “Estou na Madeira há cinco anos e esta, se bem me lembro, é a terceira vez que se avistam nuvens destas por isso penso que pode dizer-se que é raro de acontecer” concluiu.

Nuvens lenticulares são então formações estacionárias de nuvens com formato análogo a fogo e lentes, que se formam em altitude. Normalmente alinhadas com a perpendicular da direção do vento, elas podem ser separadas em altos-cúmulos lenticulares estacionários (ACSL), estratocúmulos lenticulares estacionários (SCSL), e Cirrocumulus lenticulares estacionários (CCSL).

PILOTOS DE AVIÕES EVITAM O VOO PRÓXIMO

Os pilotos de aviões tendem a evitar o voo próximo às nuvens lenticulares devido à turbulência dos rotores que as acompanham. As nuvens lenticulares já foram confundidas com OVNIS devido à sua aparência discóide. Cores fortes são às vezes vistas nas beiras dessas nuvens.

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O deputado Carlos Gonçalves (PSD), eleito pela Emigração pelo círculo da Europa, disse, recentemente na Alemanha, que o ensino do português no estrangeiro não deve estar só nas mãos de Portugal. Sobre este assunto, o AgoraMadeira ouviu alguns emigrantes, mas as expetativas estão longe de ser positivas.

FOTO Lusa
FOTO Lusa

No final da viagem à Alemanha, concluída na passada segunda-feira,  o parlamentar socialista Carlos Gonçalves considerou que os países de acolhimento das comunidades portuguesas devem ter uma postura  mais ativa relativamente ao ensino da língua.

“Nós temos que reforçar o trabalho com os países em que as nossas comunidades estão integradas. Os portugueses que residem na Alemanha pagam os impostos, contribuem para a vida económica e social daquele país”, sublinhou.

Os emigrantes que residem na Alemanha aplaudem a ideia na teoria, mas lembram que a preponderância de outras comunidades face à portuguesa pode justificar o ‘desinteresse’ daquele País.

“Na Alemanha existem poucos portugueses, comparativamente com  emigrantes de outros países e isso faz com que tentem poupar nesse investimento”, refere Jabe Monteiro.

Teresa Romão, outra emigrante radicada na Alemanha, defende precisamente o mesmo. “Pela quantidade de portugueses a viverem cá, penso que uma maior promoção da língua portuguesa por parte da Alemanha não vai ser opção”, atesta.

Novas gerações de emigrantes sem interesse pelo português
A escassez de escolas com o ensino de português foi uma das queixas mais ouvidas pelo AgoraMadeira. Na Alemanha, Teresa Romão diz nunca ter tido a possibilidade de colocar os filhos numa escola portuguesa, justamente por causa da distância.

“Para termos uma escola, tínhamos de andar mais de 100 km. Na Alemanha, as línguas que se ensinam nas escolas normais são o francês, o inglês, o turco e o espanhol”, lamenta a emigrante.

Para Teresa Romão, o ideal seria aumentar a oferta dos cursos de português, por forma a que os portugueses das gerações mais novas continuassem a falar a língua materna. “Mesmo, a família falando  português em casa, é difícil manter os da segunda e terceira geração a falar a sua língua”, sublinha.

A mesma opinião tem Ana Cotrim. “Infelizmente, onde resido não temos escolas que lecionem o português, para grande pena minha, pois gostava que a minha filha aprende-se a escrever corretamente a nossa língua”, vinca a emigrante  a viver na Alemanha, considerando que a aprendizagem da língua materna tem um papel importante  na ligação aos nossos costumes e tradições.

Em Munique, Jabe Monteiro dá conta de uma realidade diferente.  “Eu tenho 2 filhos na escola portuguesa que, aqui mesmo na cidade. Pago 80€ por cada filho. Este preço fica mais acessível para casais com dificuldade aí fica um pouco mais barato”, declara, acrescentando que muitos portugueses queixam-se da falta de escolas, mas a verdade é que  também há “muito desinteresse” por parte da comunidade.

“É típico  do português reclamar, mas quando as coisas existem ninguém adere”, exclama.

Da Alemanha para o Reino, as críticas à fraca promoção do ensino da  língua portuguesa persistem. Francisco Pereira, madeirense radicado em Londres, acredita que “se este projeto não envolver as duas comunidades não tem condições para funcionar”. Segundo o jovem, a falta de escolas com ensino português é uma realidade. “Que seja do meu conhecimento há o instituto Camões, por exemplo, fica a uma hora e meia  de londres”, conclui o emigrante.