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Francisco Fernandes / Ex-secretário da Educação e da Cultura

Algumas semanas antes do Armistício (Outubro de 1918) Elwood S. Brown, Diretor do Departamento de Athletic Sports do YMCA americano, com base numa bem-sucedida experiência ocorrida anos antes na Filipinas, então envolvendo americanos, filipinos, chineses e japoneses, lança a ideia da realização de uma prova desportiva de massas aberta aos militares dos exércitos Aliados.

Com a ideia a ser adotada pelo próprio General Pershing, Comandante do Exército Aliado na Europa, o convite é dirigido a 29 países, sendo aceite por 18: Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Cuba, Checo-Eslováquia, França, Grã-Bretanha, Grécia, Guatemala, Haiti, Hejaz, Honduras, Itália, Japão, Libéria, Montenegro, Nicarágua, Terra Nova,  Nova Zelândia, Panamá, Polónia, Portugal, Roménia, Rússia, Sérvia, Sião e África do Sul.

Através dos Jogos Interaliados – jogos abertos apenas à participação dos militares dos exércitos Aliados – se faria a transição da Guerra para a Paz, preenchendo-se o vazio em que a guerra deixara o movimento olímpico, então à beira de completar 25 anos, e que motivara o cancelamento dos Jogos da VI Olimpíada, anteriormente previstos para 1916, em Berlim.

Importa analisar a posição do COI que se vê, por um lado, ameaçado com a perspetiva de um evento à dimensão dos Jogos de Londres e de Estocolmo, e com uma possível perda de influência ou, por outro, com uma visão otimista decorrente da possibilidade de valorização do ideal Olímpico, enquanto promotor da paz e da concórdia, potenciando o impacto de futuros Jogos, desde logo os de Antuérpia, programados para 1920.

Noutra perspetiva, interessa aprofundar o caso particular da representação portuguesa, a interação com a comunidade, o envolvimento militar e civil, o impacto junto da comunicação social e a intervenção do associativismo desportivo, matérias que nos levariam a uma exposição mais extensa e que, aqui, apenas afloraremos.

A forma de organização, as infraestruturas, as disciplinas desportivas e os resultados desportivos, completariam a abordagem desta temática em que o Desporto se cruza com a Guerra e com a Paz.

Importa, porém, proceder a uma breve contextualização e referenciação de precedentes históricos.

Remonta a primeira experiência em que o Desporto é um instrumento de transição entre a guerra e a conciliação entre os beligerantes, à guerra Filipino-Americana que, entre 1899 e1902, vitimara cerca de 20.000 militares e 1.500.000 civis.

Terminada esta guerra, Elwood S. Brown, diretor de Educação Física do YMCA, é mandado para Manila (Filipinas), para ver o que poderia ser feito em termos de prática desportiva envolvendo a população civil americana e, mais tarde, cativando os nativos.

Naturalmente que o basebol estava muito em voga entre os civis americanos e os soldados estacionados nas ilhas. No entanto não atraiu, enquanto desporto coletivo, a grande maioria dos filipinos.

Foi com o voleibol que o entusiasmo dos militares americanos e, depois, dos nativos, se desencadeou, quer neste, quer em outros desportos.

Aproveitando o entusiasmo, Brown organiza os primeiros jogos entre Filipinos e Americanos e, em 1912, a pretexto do Desporto, os japoneses entram pela primeira vez na Filipinas. Em 1913 é vez da China.

O desporto venceu a antipatia ancestral entre as três raças.

No espaço europeu, primeiro, e depois à escala mundial, desencadeiam-se os incidentes que conduziram à primeira Grande Guerra.

Em 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro em visita oficial a Sarajevo, Bósnia-Herzegovina, e sua mulher, foram assassinados durante um desfile, por um estudante bósnio em protesto contra o domínio austro-húngaro. Este episódio foi a espoleta do conflito bélico que se seguiu.

As tropas austro-húngaras, como represália, invadem a Sérvia. Em resposta, a maioria dos países europeus mobilizou-se. A Rússia, aliada da Sérvia, mobilizou seus exércitos para a guerra.

A Alemanha declara guerra à Rússia e à França. Por sua vez, a Inglaterra declara guerra à Alemanha, enquanto a França invade a Bélgica.

Logo de seguida, e tudo isto em menos de uma semana, o Império Austro-Húngaro declara guerra à Rússia. Ficam criados dois blocos: de um lado o Império Britânico, a França, o Império Russo (até 1917, devido à revolução bolchevique) e os Estados Unidos (a partir de 1917) e, do outro, o Império Alemão, o Império Austro‑Húngaro e o Império Turco‑Otomano, envolvem-se num conflito que dura até 11 de Novembro de 1918.

Portugal, inicialmente neutral, acaba por se envolver no conflito após, sob influência britânica, ter apresado barcos alemães que se encontravam em águas portuguesas. Em consequência, em 9 de março de 1916, a Alemanha declara guerra a Portugal.

No esforço de guerra Português, foram mobilizados 200 mil homens, saldando‑se em perto de 10 mil o número de mortos. A unidade nacional saiu comprometida e a instabilidade política acelerou.

A organização dos VI Jogos Olímpicos, em 1916, havia sido atribuída à cidade alemã de Berlim. Todavia, o quadriénio olímpico não pôde ser respeitado devido ao eclodir da Guerra, que envolveu 28 países, apesar de Guilherme II ter tentado, em vão, uma trégua olímpica que permitisse a realização do evento em duas semanas. Apesar disso, foi possível reunir na Sorbonne, em Paris, os representantes dos países beligerantes e celebrar, olimpicamente, o vigésimo aniversário do Comité Olímpico Internacional.

Calcula-se em 9 milhões o número de mortos, e em 30 milhões, o número de feridos contabilizados no final da Primeira Guerra Mundial.

Em 1918, o já mencionado Elwood S. Brown, diretor de Educação Física do YMCA, integrava o exército americano na Europa. Brown vê no exército Aliado multidões de homens ligados por ideais comuns, mas espalhados pela Europa. Acreditou que, depois da vitória, eles deviam estabelecer amizades mais duradouras que contribuíssem para construção de uma paz duradoura.

De que maneira poderiam esses homens ser reunidos de forma mais harmónica e natural? A resposta pareceu-lhe óbvia: como atletas!

A partir desta ideia inicial, não foi difícil convencer o General Pershing, o comandante supremo das forças aliadas, que logo anuiu à proposta e convidou os países Aliados a aderir aos Jogos Atléticos Interaliados que se realizariam no Colombus Stadium, nos arredores de Paris, em junho de 1919.

Em Portugal, porém, não obstante a pronta aceitação do convite, instala-se a polémica quanto à constituição das equipas… É a comunicação social que acaba por liderar a contestação e é desta que partem as propostas no sentido de ver a representação portuguesa reforçada.

Recorde-se que os jogos eram dirigidos aos militares e que nem todos os desportistas de eleição tinham sido mobilizados, isto é, não eram militares. É então que surge a ideia lançada pelo jornal “Os Sports”: “Se os nossos melhores esgrimistas não estão mobilizados, que de qualquer forma se arranje maneira de os militarizar, como se está fazendo em outros países”.

A posição defendida pelo jornal “Os Sports” acaba por vingar e são atribuídas patentes militares aos nossos melhores esgrimistas, a fim de poderem integrar a representação portuguesa aos jogos. De um número considerado elevado de potenciais participantes, caminhou-se para uma representação mais razoável e adequada a um país exangue e vítima do esforço de guerra. Deste modo vão a Paris 47 atletas em vez dos 80 inicialmente previstos. Em particular no caso da esgrima, a equipa final é a que foi proposta pelo referido jornal e não a inicialmente proposta pelas estruturas militares.

Deste modo, de 22 de junho a 6 de julho de 1919, sete meses após o Armistício, os Jogos Interaliados são a primeira manifestação desportiva internacional do pós-Guerra. Das dezoito nações participantes, chegam a Paris cerca de 1500 atletas.

Os jogos Interaliados – Jogos de Pershing como ficaram também conhecidos – sucedem aos Jogos Olímpicos de 1916, que não se realizaram por motivo da coexistência com um período de guerra à escala do planeta, e anunciam os 1920, em Anvers.

Qual a relação do movimento olímpico internacional face a esta iniciativa americana em território francês? A literatura disponível coloca duas hipóteses: Ou foram encarados como uma expressão do ideal olímpico, ou foram considerados uma ameaça à organização de Coubertin.

O silêncio inicial do COI e do seu presidente apontam preferencialmente para a segunda possibilidade, tanto mais que o COI estava particularmente empenhado na organização dos Jogos de Anvers, previstos para o ano seguinte, os quais deveriam representar o renascer do brilhantismo das duas últimas edições. Porém, Coubertin, doze anos depois, nas suas Memórias Olímpicas, admite que o evento teve, para ele, o valor de um teste para o primeiros jogos do pós-guerra que acabaram, como previsto, tendo lugar em Anvers, em 1920.

A competição desportiva nos Jogos Interaliados procurou ser um sucedâneo ao processo beligerante que há pouco terminara. O Desporto cumprira o seu desígnio de concórdia e harmonia, não obstante o recente conflito e o espírito bélico não estarem completamente ausentes, ainda que entre forças aliadas no campo de batalha, verificando-se que, pontualmente, a competição revelou processos complexos de identificação social e patriótica, que conduziram alguns atletas a ultrapassar os limites da regulamentação desportiva, de que foi exemplo, a final do jogo de rugby entre a França e os Estados Unidos, que terminou em pugilato.

A este propósito Alan Muhr, La vie au grand air (1907), já havia sido bem eloquente, referindo-se ao Desporto: «Isto é o que se pode fazer de melhor, sem espadas e revólveres».

Bibliografia:

COI, Archives historiques , Centre d’Études Olympiques.

GROENEN, 2006, Histoire du Sport, Relacions Internacionales, et Influences Étrangères, FSSEP, Lille.

HYTHE, HANSON, BURGER, 1919, The Iner-Allied Games – 1919.

KRUGER, 1997, Forgotten Decisions: The IOC on the Eve of World War I, OLYMPIKA, Vol. VI, 1997

LEMES & SANFELICE, 2003, A Política e o Olimpismo, RGS, Brasil, 2003

LOUDCHER, 2006, Penser la violence en sciences sociales du sport, Esporte e sociedade, 2 Mar2006/jun2006

PINHEIRO, 2005, Imprensa desportiva portuguesa: do nascimento à consolidação (1893-1945), Ler História, 49.

PIRES, 1996, Desporto e Política – Paradoxos e Realidades. Madeira: O Desporto.

TERRET, 1999, Le Comité International Olympique et les olympiades militaires” de 1919, Olimpyka,  Vol VIII, 1999.

TERRET, 2002, Les Jeux interalliés de 1919 – Sport, guerre et relations internationales, L’Harmattan, Paris.

 

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A travessia a nado entre a Madeira e as Ilhas Desertas vai sofrer alterações para 2016, começando desde logo pela data do evento, mas as mudanças na prova podem ser maiores num futuro próximo.

“Considerando o sucesso da prova, a Associação de Natação da Madeira (ANM) e o Iate Clube de Santa Cruz entidades organizadores do evento, estudam já uma nova data para o ano, esperando que um dia esta prova possa fazer parte do calendário internacional das grandes ultra maratonas aquáticas”, revela Avelino Silva, presidente da Associação de Natação da Madeira.

Recorde-se que na sequência dos 500 anos do concelho de Santa Cruz, e aproveitando para divulgar e promover a Reserva Natural das Ilhas Desertas, a Associação de Natação da Madeira e o Iate Clube de Santa Cruz organizaram este dia 10 a travessia a nado entre a Madeira e as Ilhas Desertas.

“Divulgar a importância que as ilhas possuem enquanto pólo de atração para a atividade desportiva e turística, aliada a um trabalho de conservação da biodiversidade, foi um dos grandes objetivos”, explica o presidente da Associação de Natação da Madeira que analisa desta forma o andamento da prova.

“No primeiro terço da travessia o grupo manteve-se muito homogéneo, pois a prova, com uma distância de 25 km, exigia no inicio muita ponderação táctica. Realizada a primeira metade da prova, e depois dos nadadores passarem a parte protegida pela Ponta de São Lourenço, começou a existir alguma corrente de mar contra, descolando-se então os mais nadadores mais rápidos passando a ficar um grupo mais atrasado.
Nesta altura, o grupo mais lento, acabou por não conseguir progredir, ao ponto de não conseguirem atingir a prova no tempo limite estipulado pela organização, que era de nove horas”, conta.

Na reta final, Mário Bonança, que nadava em estafeta com Duarte Paulini, terminou na primeira posição da geral, completando a prova em 5h15:16.51. De seguida, cortou a meta Colin Hill com o tempo de 6h04:32.85, vencendo a categoria individual, tornando-se no primeiro nadador a completar o percurso na totalidade, sem fato isotérmico.

O melhor madeirense foi Humberto Gonçalves com o tempo 6h46:05.08 e a melhor nadadora foi Carla Patrícia com o tempo de 7h32.09.39, ambos repetentes nesta prova, pois realizaram-na em 2013.

Classificação FINAL GERAL

1.º Duarte Paulini/Mário Bonança: 5h15:16.51
2.º Colin Hill: 6h04:32.85
3.º Emanuel Gonçalves/Mafalda Freitas: 6h22:43.08
4.º Humberto Gonçalves: 6h46:05.08
5.º Paulo Silva: 7h20:05.71
6.º Aurélio Góis: 7h23:23.07
7.º Carla Patrícia: 7h32.09.39
8.º Carolina Ornelas/Catarina Alves: 9h05:44.76
9.º Ricardo Jardim: DNF
9.º João Pereira: DNF
9.º Marco Silva: DNF
9.º Sérgio Pereira: DNF
9.º Frederico Silva: DNF

Classificação INDIVIDUAL

1.º Colin Hill: 6h04:32.85
2.º Humberto Gonçalves: 6h46:05.08
3.º Paulo Silva: 7h20:05.71
4.º Aurélio Góis: 7h23:23.07
5.º Carla Patrícia: 7h32.09.39

Classificação ESTAFETAS

1.º Duarte Paulini/Mário Bonança: 5h15:16.51
2.º Emanuel Gonçalves/Mafalda Freitas: 6h22:43.08
3.º Carolina Ornelas/Catarina Alves: 9h05:44.76

Classificação FEMININOS

1.º Carla Patrícia: 7h32.09.39

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A escola EB123/PE do Curral das Freiras entregou ontem os diplomas e certificados dos alunos que se distinguiram pelo seu mérito escolar. A cerimónia contou com a presença do diretor regional de Educação Marco Gomes, assim como de representantes da junta local e de algumas câmara municipais.

Centenas de pessoas passaram pelo recinto das diversas e variadas atividades que se iniciaram às 14 horas e terminaram já perto da meia noite.

Foi este o programa realizado:

– Eleição da Miss Escola 2015

– Concurso de Jovens Talentos

– Entrega de Diplomas aos melhores alunos

– Entrega de Certificados dos alunos que concluíram cursos em 2014

– Diplomas das Olímpidas da EB123/PE do Curral das Freiras1

– Atuações Musicais de alunos

– Rancho Folclórico da Associação do Refúgio da Freira

– Grupo de Cordas da Casa do Povo da Fajã da Ovelha

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Gonçalo Santos / Profissional de comunicação

Em Moçambique, 66,5% da população tem menos de 25 anos. Esta será uma das nações mais jovens do mundo. Com taxas médias de crescimento económico de 15%, nos últimos dez anos, o país começa a ser olhado com interesse por grandes investidores internacionais, em várias áreas. O facto de Moçambique ser um dos estados mais ricos do globo no que respeita ao gás natural – as reservas disponíveis dariam para sustentar, em conjunto, dois países com a dimensão da França e da Alemanha, durante duas décadas – e ao carvão, que sustentaria toda a União Europeia durante 25 anos, ajuda a avivar o interesse.

Moçambique tem um potencial turístico impressionante. A costa é belíssima, as reservas naturais são relevantes, a população é extraordinariamente simpática, na generalidade, o que compensa sobremaneira as insuficiências do serviço.

No que respeita à cultura, os jovens artistas moçambicanos começam a perceber a importância de construir uma linguagem própria, muito influenciados pela figura ímpar que foi Malangatana e cada vez mais longe dos estereótipos da guerra. Basta ir ao Núcleo de Arte, em Maputo, para perceber a vibração.

A ex-colónia portuguesa pode dar algumas lições ao mundo. Uma delas é sobre tolerância religiosa. Por cá, muçulmanos, católicos, ateus e crentes de outros deuses coabitam sem o mínimo atropelo. Sem qualquer tipo de discriminação.

Porém, nem tudo são rosas. Moçambique é formalmente uma democracia, necessitando, porém, de dar passos rumo a uma “normalização democrática”, o que não deixa de ser compreensível, face à história dos primeiros anos de independência. A imprensa verdadeiramente livre é minoritária. A corrupção é visível, mesmo a um recém chegado.

As infraestruturas são fracas ou nem existem. O país tem uma rede de estradas insuficiente. Sair de Maputo, muitas vezes, significa percorrer horas infindáveis em picadas de terra.

Os transportes públicos (autocarros) são residuais, mesmo na capital. A maioria dos moçambicanos apinha-se em “chapas” ou na carga de veículos de caixa aberta, por cá conhecidos como “my love”. Segurança e conforto são conceitos muito relativos.

As disparidades sociais são enormes, mesmo vistas à lupa de um europeu do sul. A percentagem de literacia é de 50,6% (inferior à media da África subsariana, que é de 58,9%). A taxa de abandono escolar no decurso do ensino primário atinge o impressionante score de 69,4%. Cerca de 69% da população vive em áreas rurais e desta, 81% vive da agricultura de subsistência. A taxa de desemprego é de 22,5% e a economia informal alimenta 75% dos moçambicanos, representando aproximadamente 40% do total do PIB do país.

Se tivesse de descrever os nossos irmãos de Moçambique, alegria seria a primeira palavra que me ocorreria. Gostam de música, de dança, de festa. E de falar. Muito. Com qualquer pessoa que encontrem. É quase impossível dar com um moçambicano calado.  A não ser que esteja a dormir.

São dos povos menos individualistas que já vi. Todas, ou quase todas as atividades, são feitas em grupo. Cantam, dançam, viajam, riem, choram,  comem, nascem, morrem, vivem, em grupo.  Daí que a noção de privacidade seja uma espécie de corpo estranho.

“Acreditas no futuro deste país”? perguntaram-me recentemente.

Não consegui responder sem alguns “ses”. Se a paz se mantiver, sendo para isso necessário diminuir as assimetrias sociais. Se a corrupção for mais controlada – neste aspecto, as notícias nos jornais dão conta de diversas ações com esse objetivo. Se os índices de abandono escolar caírem a pique. Se o ensino melhorar. Se as infraestruturas começarem a ganhar forma. Se, se, se…

Gostaria de dizer que sim, que acredito plenamente que Moçambique tem um futuro promissor. Mas digo “sim, se”. Resumindo, tenho uma espécie de crença… condicional. Mas gostava muito que este país se desenvolvesse. Afinal, gosto (mesmo muito) dele.

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O União da Madeira chegou a acordo com o jogador Soares para a renovação do contrato por uma temporada.

William Soares tem 26 anos e está há uma época no clube azul e amarelo, tendo antes passado pelo Arouca e Rio Ave. O médio defensivo brasileiro foi um dos jogadores mais utilizados na época passada e também um dos mais importantes já que foi o elemento fundamental no apoio aos centrais azuis e amarelos, tendo mostrado grande influência no funcionamento do meio-campo do União da Madeira.

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As  celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas não se cingem ao nosso País. Em várias partes do globo, multiplicam-se os eventos alusivos a esta data, com as propostas de índole cultural a se destacarem entre a nossa comunidade de emigrantes.

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11 a 14 de junho  – Estugarda
A Câmara de Comércio e Indústria (IHK) de Estugarda recebe diversos eventos em português, como seja um seminário económico, um encontro da Associação de Portugueses Pós-Graduados na Alemanha (ASPPA), uma Festa de Rua na Kronprinzplatz e uma Missa celebrada pela Missão Católica Portuguesa de Estugarda.
Na próxima sexta-feira terá lugar, pelas 18 horas,  na Rathaus de Estugarda. uma cerimónia oficial organizada em colaboração com as autoridades alemãs daquele Estado Federado.

10  junho – ZagrebZagreb

A Língua Portuguesa vai estar em destaque na Academia Croata de Artes e Ciência – Museu Gliptoteka, Zagreb.

O programa comemorativo do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas inclui a apresentação das exposições “Potencial Económico da Língua Portuguesa” e “História do Cinema Português” e  o convívio entre os elementos da comunidade lusa.

 12 e 14 de junho – Newark minho

As comemorações do Dia de Portugal vão animar Newark ao longo desta semana. Para sexta-feira, 12, às 20:00 está agendada a actuação do Rancho Camponeses do Minho, no Sport Club Português. No mesmo recinto, decorre, no dia 14, a performance  do Grupo de Bombos “Os Tugas” .

 

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10 de junho – Cairo 

Os  alunos de Português da Universidade de Ain Shams procedem ao lançamento da revista revista PortuCairo, estando também prevista a realização de um concerto de  música portuguesa por Aicha Makeba.

Duas iniciativas de índole cultural que visam preservar, promover e fomentar a prática da língua portuguesa no Egipto.

 

10 de Junho – Goa goa

A Residência do Consulado de Portugal é palco para uma exposição de pintura e escultura sobre a influência portuguesa na cultura goesa, desde a arquitetura, música, religião, à culinária.

Em exposição, vão estar 35 trabalhos de 10 artistas plásticos goeses.

 

13 de junho – MoçambiqueMoçmabique

O Centro Hípico da Beira acolhe um concerto de fado aberto ao público. Enquanto que para o Centro de Língua Portuguesa de Quelimane estão agendadas sessões de poesia, representações teatrais, momentos de crítica literária, concursos de leitura e de eloquência.

 

10 de junho – Roméniaromenia

A Universidade Ovidius|Centro de Língua Portuguesa/Camões, I.P. exibe, pelas 12:00, o filme “Camões” de Leitão de Barros, seguindo-se uma palestra sobre «Camões – Elementos autobiográficos em Os Lusíadas».

Para além destas iniciativas está agendada uma mostra intitulada ‘Camões na pintura portuguesa’ e  a atribuição do Prémio Camões de tradução e ensaio.

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Foi no Benfica que Luís Norton de Matos deu os primeiros passos como profissional de futebol. Por lá ficou até 1975, embora nunca tenha feito jogos pela equipa principal. Foi sempre suplente até porque a concorrência era de peso: Eusébio, Vítor Batista, Jordão, Nené, Artur Jorge… Seguiu-se a Académica, por empréstimo, o Estoril-Praia, o Atlético, o Belenenses, o Standard Liège, o Portimonense e o Estrela da Amadora, onde acabou a carreira em 1986/87.

Deixando os relvados e passando para o banco como treinador, estreou-se em 1989/90, no Atlético, seguindo-se Barreirense, Sporting de Espinho, Salgueiros, Vitória de Setúbal e Vitória de Guimarães, antes de rumar ao Senegal, em 2008/09, para o Étoile Lusitana.

Foi aqui que executou um ambicioso projeto, lançando as novas bases do futebol do Senegal, tendo ainda disputado uma final do campeonato senegalês apenas com juniores na equipa. Um trabalho que viria a ser recompensado com o convite para orientar a seleção principal da Guiné onde a aposta passou também por desenvolver mais o futebol guineense.

O técnico azul e amarelo passou também pelo comando técnico da equipa B do Benfica e a última experiência no treino aconteceu no Chaves, clube onde esteve até Janeiro deste ano.

No percurso do novo treinador do União há também uma passagem de duas épocas pelo Sporting, como diretor desportivo, em 1995/96 e 1996/97, leões que na primeira temporada tinham Santana Lopes como presidente e Carlos Queiroz como treinador, ao qual se seguiu Otávio Machado. Já na segunda época de Norton de Matos como diretor desportivo dos leões, José Roquette era o presidente e Robert Waseige o treinador.

AMIGO DE JOSÉ MOURINHO E SOBRINHO-BISNETO DO GENERAL QUE DÁ O NOME À AVENIDA DO ESTÁDIO DA LUZ

Luís Norton de Matos, nasceu em Lisboa a 14 de Dezembro de 1953, é neto materno do 4º Conde de Tomar, sobrinho-bisneto do General Norton de Matos, que foi candidato à Presidência da República em 1949 e que dá o nome à avenida onde se situa o Estádio da Luz.

O novo treinador do União da Madeira, que é pai da conhecida atriz Bárbara Norton de Matos, é amigo próximo de José Mourinho, uma amizade de largos anos. “As equipas do Norton de Matos jogam sempre um bom futebol”, chegou a dizer publicamente o Special One. Norton de Matos também já reconheceu a “relação próxima” com Mourinho, com quem fala “frequentemente”.

Foi jogador de futebol durante 17 anos, mas a sua carreira foi muito além das quatro linhas pois esteve ligado à comunicação social de diferentes formas: foi fundador e director da revista FOOT, colaborador do Semanário, 24Horas, Público, Record, assim como comentador da RTP, TVI e do Rádio Clube Português.

«AINDA TENHO MUITAS ILUSÕES EM RELAÇÃO AO FUTEBOL: É VICIANTE!»

A escrita é uma das paixões de Norton de Matos que já escreveu o romance policial “A Noite em que te Vinguei”. “Construí um enredo de algum suspense entre o mundo jornalístico e do desporto, que foi o que vivi, mas há uma grande história de amor. Não gosto de déspotas, de pessoas que se servem do poder para espezinhar os outros, de prepotência, e este livro é muito contra tudo isso”, contou Norton de Matos aquando do lançamento do livro, reconhecendo então:

“Ainda tenho muitas ilusões relativamente ao futebol, um mundo que é viciante e que sempre fez parte do meu caminho principal. Tenho uma hipótese de voltar a treinar e, se isso acontecer, não farei mais nada, nem sequer tenho cabeça para escrever. Tudo dependerá do que acontecer a nível profissional. Escrever vou sempre fazê-lo, publicar é que não sei, porque tenho medo. Primeiro, não sei como é que este livro corre, porque se for um fiasco poderei perder a vontade de escrever, e se for um sucesso traz uma responsabilidade enorme”, realçou

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O Clube Naval do Funchal conquistou este fim de semana, em Machico, dois dos três títulos possíveis no Campeonato da Madeira de Windsurf. Os irmãos Marques, Artur na classe Bic Techno, e Guilherme na classe RSX Júnior foram os grandes destaques da prova que ditou também o apuramento do velejador do CNF Guilherme Marques para o Mundial da Juventude da ISAF,que se realiza no próximo mês de Dezembro, na Malásia.

Guilherme Marques levou a melhor sobre João Gomes (CTM) vencendo duas regatas, mais uma do que o adversário, o que permitiu o apuramento para a prova mais importante da carreira do velejador até agora.

«Era um objetivo que tinha traçado há dois anos. Tenho tido algum azar, entretanto, pelo meio mas agora que consegui estou bastante satisfeito. Já tinha ido a um Mundial, na Alemanha, mas este é da Juventude. É da ISAF, tem mais importância e por isso é o meu ponto alto, sem dúvida», confessa o velejador.

Neste Mundial estará apenas o melhor velejador de cada país, numa prova que vai significar o regresso do jovem de apenas 18 anos aos palcos internacionais depois da presença em três Europeus e num Mundial.

O coordenador de vela do Clube Naval do Funchal Marco Gamelas elogia as qualidades de Guilherme Marques.

«É o ultimo ano de júnior dele e tem grande potencial. Vai treinar intensamente para conseguir fazer um boa prova na Malásia. Ele mereceu este apuramento», realça, elogiando os resultados do Clube Naval do Funchal no Campeonato da Madeira de Windsurf que ficou marcado pela conquista do título regional de RSX Júnior da parte de Guilherme Marques mas também do irmão Artur Marques em Techno 293.

Artur protagonizou uma acesa disputa pela vitória final com Margarida Rodrigues do CTM. Tudo ficou por decidir na derradeira regata, onde Artur Marques levou a melhor pela velejadora que dominou na sector feminino. Já a classe Raceboard foi ganha por João Rodrigues (CTM).

«Foi um balanço muito positivo para o CNF. Apesar de não se conseguir fazer muitas regatas já que esteve muito vento, que levou a que tivesse havido apenas um dia de prova, no domingo, correu tudo muito bem para o Naval», observa.

O Campeonato da Madeira de Windsurf foi organizado pelo Centro Treino Mar em parceria com a Associação de Vela da Madeira e contou com a colaboração da Câmara Municipal de Machico e da Associação Náutica da Madeira.

Com ventos a oscilarem entre os 15 e os 20 nós, os vários participantes, com idades a variarem entre os 14 e os 47 anos, completaram as três regatas com a competitividade a ser sempre uma nota de destaque.

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Luís Filipe Malheiro / Jornalista

A eleição de um novo líder para o PS-Madeira vai certamente ditar uma mudança significativa, quer na estratégia dos socialistas locais, quer no discurso político, quer nas prioridades, quer porventura na postura política sobretudo no parlamento que continuará a ser o epicentro do debate político regional.

Ainda em estado de choque, depois do pior resultado de sempre nas eleições regionais, os socialistas entraram numa espécie de hibernação política, dificultada pela demissão do líder ainda em funções, Vítor Freitas, e pela demora que a partidocrática impõe no processo de eleição dos novos líderes. A promessa de disponibilidade para o diálogo feita na Assembleia Legislativa, apesar de contrastar depois com o voto contra o Programa de Governo, não pode gerar nenhuma confusão.

O PS, fragilizado como está, não pode ser “engolido” pela maioria social-democrata, caso a ela se encostasse em demasia, sob pena de cavar a sua sepultura eleitoral por mais tempo. Os socialistas perderam muito com a aventura aliancista de Freitas que resolveu apostar tudo por tudo numa coligação feita a martelo, mais para o “show-off” propagandístico (como se constatou a 290 de Março passado), mas que pouco ou nada de novo trouxe aos eleitores, provavelmente porque deixou de fora partidos que podiam constituir – e constituiriam mesmo, olhando aios resultados finais – efetivas mais-valias eleitorais.

A disponibilidade para o diálogo, que não acredito passe a ser a nova linha de toque da estratégia socialista de Carlos Pereira, será pontual, porventura determinada pela natureza dos assuntos que sejam colocados em cima da mesa e da sua relevância para a Região. Quanto a isso nada a dizer.

Creio que o PS vai procurar partir, logo depois do Congresso, para a recuperação do seu espaço eleitoral à esquerda – perdeu muitos votos para a JPP cuja figura de proa, Filipe Sousa, foi dirigente e deputado socialista, deixando de o ser por divergências políticas internas que foram na altura amplamente noticiadas – porque deixou de ser, como era até 2011, o partido líder da oposição para passar a ser, em 2015, uma inimaginável quarta força partidária regional, suplantado por PSD, CDS e JPP. É demais para um partido que parece não ter percebido ainda o estado em que se encontra e a fragilidade política e eleitoral que, por culpa própria, foi cavando depois da crise com a lei de Finanças Regionais em 2007. Não há como negá-lo.

De facto, o desastre socialista começou com as regionais antecipadas de 2007, continuou em 2011 quando o PS foi superado pelo CDS como 2ª força política regional e manteve-se em 2015, quando alcançou, em coligação, o pior resultado de sempre dos socialistas em eleições regionais e foi relegado para o estatuto nada mobilizador de 4ª força política regional!

Vítor Freitas, que se queixou de boicotes internos, cometeu o erro clamoroso de se ter agarrado demasiado ao sucesso da coligação “mudança” na Câmara do Funchal (2013) e a pequenas vitórias eleitorais noutros concelhos, muitas delas graças ao apoio dado a candidatos que nem sequer eram socialistas. Ressalvando Machico (Ricardo Franco) e Porto Moniz (Emanuel Câmara), o PS limitou-se (São Vicente, Santa Cruz e Porto Santo) a ir a reboque de candidaturas que acabaram por ter um impacto negativo nos resultados socialistas nas regionais de Março deste ano.

Bem vistas as coisas, também foi isso que sucedeu no Funchal, neste caso agravado com o facto de que em escassos meses, tudo ter sido pelo “cabo abaixo” já que uma coligação inicial com PTP e PND no executivo camarário ficou reduzida ao PS e a um apoio tácito do Bloco de Esquerda e do PND – o que tem sido difícil entender – na Assembleia Municipal. A par da concordância tácita do CDS que agora tudo parece fazer para formalizar uma coligação com o PSD para as legislativas nacionais, desconfio que para mais facilmente nela se refugiar de um resultado mais penoso que poderia trazer problemas a José Manuel Rodrigues caso perdesse o mandato que hoje tem na Assembleia da República.

Não tenho dúvidas que independentemente de poder constituir a prazo mais uma tentativa falhada (tudo depende de fatores alguns dos quais o PS não controla) – ela está virada para as regionais de 2019 mas a sonhar com uma crise política qualquer na maioria social-democrata que possui apenas a vantagem de um deputado na Assembleia Legislativa – a liderança de Carlos Pereira será mais agressiva, mais contundente, mais desgastante, obrigando tanto o PSD como o CDS a reforçarem a “vigilância” aos socialistas, sobretudo ao seu discurso político. Porventura será uma candidatura citadina (urbana) mas com tempo para ir ao encontro das bases socialistas nos demais concelhos da Região. E nem sequer falo nos nomes que integrarão os futuros órgãos dirigentes regionais que acredito refletirão uma inevitável limpeza interna.

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Miguel Encarnação chegou anteontem a Barcelona às 18 horas, após 497 quilómetros percorridos desde Sória sempre com muito calor. À noite, às 22 horas, partiu com destino a Civitavechia (Itália) mas de ferry-boat com saída em Barcelona.

“Depois longas horas de ferry, finalmente chegamos a território Italiano. Fomos recebidos por um dos elementos do Vespa Club de Civitavecchia, Maffei Lino, que nos presentou com uma prenda da vespa. As vespas repousam para a próxima etapa: Civitavechia – museu da vespa em Pontedera”, escrevia Miguel Encarnação este domingo à noite no mural do Vespa Madeira Adventure no Facebook.