Alegria e diversão no Panelo do Seixal
Alegria, diversão e muito convívio. É disso que trata a tradição do Panelo, no Chão da Ribeira, na pacata freguesia madeirense do Seixal. Um simples convívio entre as famílias locais é hoje uma festa para milhares de pessoas, a não perder, já este domingo.
Os mais antigos garantem que a culpa é de Santo Antão. O padroeiro do Seixal terá sido, em tempos passados, a desculpa para os mais jovens se juntarem, secretamente, no Chão da Ribeira, entre um repasto e agradáveis momentos de convívio. Para que os pais não se apercebessem, as panelas eram substituídas pelas tradicionais toalhas ‘enquartadas’. Aproveitava-se a carne de porco de sobra das festas natalícias, as couves e as batatas da terra. O cozido era despejado numa toalha pousada sobre a terra e comia-se sem talheres, à boa moda dos agricultores madeirenses nos tempos em que se almoçava na fazenda.
“Era, sobretudo, uma festa familiar, de pequenos grupos, hoje o panelo está mais massificado, mas constitui uma oportunidade para reencontrar pessoas que só visitam a terra nestas condições especiais”, conta Marco Costa, natural do Seixal.
Se antigamente, o panelo se assemelhava a uma espécie de piquenique familiar, nos dias que correm, o figurino mudou ligeiramente. Ao Seixal, comparecem milhares de pessoas. Nos respetivos palheiros, pequenas casas em pedra, antigos estábulos recuperados para habitação rural, cada grupo prepara o seu repasto, depois do almoço, a tradição obriga a que se percorram todos os panelos, numa romaria de partilha, com muita boa disposição, cantares e algum álcool à mistura.